Fundação Chiquita Perillo empresta perucas e lenços e resgata autoestima de mulheres com câncer

Elza Maria da Silva Brito é quem tece as perucas de forma voluntária para a Fundação Chiquita Perillo. (Foto: Elza Maria/Arquivo pessoal)

Fundação Chiquita Perillo empresta perucas e lenços e resgata autoestima de mulheres com câncer

A reportagem foi produzida pelo #soumaislagoa em 2019. A Fundação Chiquita Perillo ainda realiza o empréstimo de perucas e lenços para mulheres com diagnóstico de câncer.

Até o final de novembro, a campanha “Seu Cabelo Tem Poder” recolherá doações de cabelo e todas as mechas arrecadadas serão destinadas para a fundação. 


Ajudar mulheres diagnosticadas com câncer a recuperar a autoestima e estender a mão para ampará-las perante o tratamento: esta é a bandeira que a Fundação Chiquita Perillo de Lagoa da Prata ergue com orgulho ao emprestar perucas, lenços e toucas para vítimas de câncer de mama e colo do útero.

O Sou Mais Lagoa quis saber mais sobre este projeto da fundação que faz a diferença e transforma vidas e para que toda a ação aconteça, a Fundação Chiquita Perillo recebe durante o ano todo doações de cabelos para que perucas sejam tecidas para as pacientes. Recebem também lenços e toucas.

Conforme a voluntária Taty Melo, que faz parte da fundação, o projeto surgiu a partir da necessidade de muitas pacientes que são atendidas pela instituição.

“Sempre falamos que era necessário tecer perucas, porque havia muitas pacientes querendo usar, assim começamos a pedir doações de cabelos para então fazer. A partir disso, recebemos cada vez mais, aí nunca mais parou e não vamos deixar que acabe, porque este bem se reveste em pessoas que precisam”, disse a voluntária.

Ela ainda destaca que esta obra é o maior e melhor trabalho da fundação, que é estender as mãos para ajudar as mulheres a ter esperança e autoestima.

“O cabelo, querendo ou não, a mulher sente muita falta e para ela não é fácil enfrentar. Ter a peruca, touca ou lenço ajuda de certa maneira, e nós existimos para isso, para tornar a vida dela mais fácil, por isso não abrimos mão das perucas”, informou.

E tudo acontece através de empréstimo, afinal, de acordo com a voluntária, outras pessoas podem precisar, seja da touca, peruca ou lenços.

“As pacientes nos devolvem assim que passar o período de tratamento, porque outras pessoas vão precisar, então fazemos este controle. Temos diversas toucas, lenços, muitos que ganhamos, e interessante há uma história de uma das pacientes, que comprou, e após o cabelo ter crescido ela doou para as amigas que vão precisar”, contou a Taty.

O trabalho que faz a diferença

É através do trabalho voluntário que diversas mulheres recebem apoio, carinho e renovam a esperança em um momento tão difícil que é o do diagnóstico.

A voluntária da fundação ressaltou que também é oferecido para as pacientes cestas básicas, medicamentos e auxílio nos exames, afinal, muitas vezes não podem esperar pelo Sistema Único de Saúde (SUS), porque tempo para elas é vida.

“Por fim, oferecemos aquilo que é mais importante: a dignidade, o amor, a nossa companhia, saber ouvir e fazer com que eles tenham esperança, e em troca eles nos ensinam a viver, acreditar e sonhar com o melhor. Também nos educam e nos fazem melhores. Agradecemos a oportunidade de estarmos por perto e desfrutarmos da companhia. Somos mais ajudados do que ajudamos”, declarou.

Fazer o bem, faz bem

Olhar para a dificuldade do próximo e estender a mão para ajudar em um momento tão delicado é raríssimo na atualidade, mas foi o que a cabeleireira Elza Maria da Silva Brito fez para amparar àquelas que mais precisam.

Elza é quem tece as perucas para a Fundação Chiquita Perillo, de forma totalmente voluntária. Segundo ela, já são seis anos trabalhando com a fabricação das perucas, e tudo teve início em um momento de muitas dificuldades, onde Elza estava passando por momentos muito difíceis em sua vida.

“Por mexer com cabelos há tanto tempo, percebi que muitas pessoas que perdiam sua autoestima devido a perda do cabelo no tratamento do câncer e não tinham condições de comprar uma peruca. Dessa maneira percebi que as dificuldades pelas quais eu passava naquele momento, eram muito pequenas em comparação às daquelas pessoas que estavam lutando contra a doença”, contou Elza.

A voluntária salientou que realizar esta ação em prol do próximo faz com que ela se sinta muito realizada. “Sinto que com a minha ajuda, essas pessoas conseguem passar por esse período com mais alegria. Já passei e passo por muitas dificuldades para realizar esse trabalho, mas quando me lembro de quantas pessoas eu já consegui ajudar e do quanto é gratificante, tudo passa a valer a pena”, declarou a voluntária.


Leia também: Campanha “Seu Cabelo Tem Poder” incentiva doação de cabelos para a Fundação Chiquita Perillo

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Bárbara Félix

https://soumaislagoa.com.br

Editora-chefe no Sou+Lagoa.