Mulher, se toca! Autoexame e mamografia são essenciais para combater o câncer de mama

Bárbara Félix

@barbara.fx

---

Neste mês de campanha “Outubro Rosa”, dedicado à prevenção do câncer de mama, o Sou+Lagoa traz uma reportagem com intuito de promover a conscientização sobre a doença que mais afeta as mulheres.

Sobre como é feita a mamografia, a partir de qual idade o exame deve ser feito e a importância do autoexame foram algumas dos tópicos explicados pela médica ginecologista de Lagoa da Prata, Ana Luíza Mendonça Azevedo.

De acordo com a médica, a mamografia é como um raio-X das mamas, onde estas  são comprimidas com uma intensidade leve à moderada de forma a deixar a distribuição das mamas homogênea. Se a mamografia dói, a médica explicou que a maioria das mulheres tolera bem o exame, “porém algumas têm mais sensibilidade, devendo evitar os períodos de oscilações hormonais do ciclo menstrual”, disse Ana Luíza, que ainda destacou sobre a idade recomendada pelo Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Mastologia, para realizar a primeira mamografia.

“É recomenda a mamografia de rastreamento até de dois em dois anos a partir dos 50 anos e anual a partir dos 35 anos para mulheres de alto risco, já a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda a mamografia de rastreamento anual a partir dos 40 anos para mulheres de risco habitual e a partir dos 30 anos para mulheres de alto risco. Entretanto, a mamografia diagnóstica, aquela que é solicitada para elucidação de alterações palpáveis, deve ser realizada em qualquer idade, sempre que necessário”, informou.

A médica ainda salientou que o autoexame não substitui o exame do médico e nem a mamografia, mas que ele deve ser encorajado para autoconhecimento e empoderamento feminino. “Em caso de dúvidas e suspeitas sobre alterações nas mamas, sempre procurar o ginecologista ou mastologista. Vale lembrar que o autoexame pode causar ansiedade e angústia na mulher caso não haja um via de fácil acesso ao especialista”, alegou Ana Luíza, que aproveitou para também detalhou sobre como as mulheres podem fazer o autoexame, que conforme ela, é bem simples de realizar.

“De pé, em frente ao espelho, observe o bico do peito e sua superfície e o contorno das mamas. Após, levante os braços e observe se há irregularidades da superfície.  Deitada, com a mão direita, apalpe a mama esquerda com movimentos circulares. Faça isso também do outro lado. No banho com a pele molhada ou ensaboada, deslize os dedos da mão esquerda sobre a mama direita até a axila e faça do outro lado. Caso encontre nódulos palpáveis, irregularidade de pele, procure um médico para suporte e avaliação”, explicou a médica.

O que pode causar o câncer de mama?

A médica Ana Luíza afirmou que o câncer de mama não tem somente uma causa, e alegou que a idade é um dos principais fatores de risco para a doença. Cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos.

“Mas há outros fatores de risco, como sedentarismo, histórico familiar, primeira menstruação muito cedo, ausência de filhos, uso de estrogênio e terapia de reposição hormonal”, disse Ana Luíza, que completou, por fim, falando que cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como atividade física, alimentação saudável, evitar bebidas alcoólicas, amamentar, evitar uso de hormônios sintéticos como anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal.

Dados

Conforme estatísticas do Instituto Nacional de Câncer (Inca),  estima-se que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 66.280 novos casos de câncer de mama, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres.

No mundo, o câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres. Em 2018, ocorreram 2,1 milhões de casos novos, o equivalente a 11,6% de todos os cânceres estimados. Esse valor corresponde a um risco estimado de 55,2/100 mil.