Filme de lagopratense é selecionado no festival “Latino Americano Confluencias de Arte 2020”

“La Ventana”, que de acordo com ela, é uma poesia visual , onde sua mãe Zélia Maria, se tornou atriz e Izabela fez uma co-criação artística com a poeta mexicana Sofia Minerva, que também conheceu pelo Instagram durante a quarentena. – Foto: La Ventana/Reprodução da internet/Izabela Silva

Filme de lagopratense é selecionado no festival “Latino Americano Confluencias de Arte 2020”

Bárbara Félix

@barbara.fx


A cineasta Izabela Silva, de Lagoa da Prata anunciou na quinta-feira (24), em seu perfil no Instagram, que seu filme “La Ventana”, foi selecionado para o festival Latino Americano Confluencias de Arte 2020 – o festival começa nesta quinta, e a exibição e o debate do filme acontecerá no sábado (26), às 19h.

Em julho, quando a redação entrevistou Izabela na reportagem “Cineasta lagopratense registra quarentena na cidade e vídeo ganha narração de Ney Matogrosso”, ela contou sobre um projeto que registrou também na quarentena, sendo o selecionado “La Ventana”, que de acordo com ela, é uma poesia visual, onde sua mãe Zélia Maria, se tornou atriz, e Izabela fez uma co-criação artística com a poeta mexicana Sofia Minerva, que conheceu pelo Instagram durante a quarentena.

Mais uma vez, a redação do Sou+Lagoa falou com Izabela, que contou detalhes sobre a criação do filme.

“O filme La Ventana nasceu de uma poesia que escrevi no início do ano, quando estava lendo um livro da escritora mexicana Àngeles Mastretta chamado ‘Arráncame La Vida’. Eu estava lendo no ônibus a caminho do trabalho e algumas cadeiras a frente havia uma mulher muito bonita com o rosto apoiado na janela e que estava chorando muito. A mulher me lembrava a personagem de Mastretta e me inspirou a poesia, que nasceu ali originalmente em espanhol por alguns rabiscos que fiz na contracapa do livro. Na época escrevi a poesia no papel de carta e carregava na bolsa a espera de entregar para ela caso a encontrasse novamente. Mas isso nunca aconteceu”, explicou a cineasta.

A lagopratense continuou a narrativa dizendo que,  na última vez que foi em um bar antes da pandemia, fez amizade ao acaso com alguns artistas latinos que souberam da história do poema e se encantaram por ele.  “Um deles foi Eryck Rocha, que é um cineasta que admiro e que inspirou muito a minha trajetória no cinema. Até então não acreditava muito na força do poema e eles me motivaram a criar um vídeo. No dia seguinte as informações sobre a pandemia se espalharam e iniciaram-se as medidas de isolamento. Vim direto para Minas para ficar perto da minha família e fugir da concentração que estava em São Paulo até aquele momento”,  disse Izabela, que completou que ao chegar em sua terra natal, as coisas aconteceram de forma natural.

“Como já lhe contei anteriormente, sempre estou filmando e fotografando muito a minha família e minha mãe estava ali perto da janela, com uma luz bonita entrando e logo liguei a câmera do celular. Nesta mesma época conheci a Sofia Minerva que fez a voz. Ela apareceu com uma sugestão de amizade do próprio aplicativo do Instagram, gostei muito das fotos dela e começamos a conversar. Descobri que ela também era poeta e que morava no México e iniciamos uma amizade. Por ela ser mexicana, fonte da inspiração do meu poema, pensei que seria perfeito que ela fizesse a voz. A ideia poética é que pudéssemos unir os sons das duas janelas, a de Lagoa da Prata e a da Cidade do México e o resultado se vê no vídeo”, contou a lagopratense.

À redação do Sou+, Izabela falou que ficou muito feliz com todas as etapas quase mágicas do processo criativo, e declarou que é muito grata à todas as pessoas que a inspiraram e fizeram esta ideia acontecer. “Principalmente Sofia, que lê o poema com tanta ternura, minha mãe que empresta a imagem do teu rosto carregado de sua forte história de vida”, finalizou.

La Ventana, por Izabela Silva

O filme “La Ventana” estreou online no dia 30 de julho, primeiramente, pela exposição “WHAT ABOUT TOMORROW?”, da Galeria ART Veine do Rio de Janeiro, com curadoria de Nelson Ricardo Martins, e ficou em 14º lugar entre 384 artistas de todo mundo.

Agora, o filme foi recebido pela 4ª edição do Festival Confluências de Artes com curadoria de Walter Alejandro Tapponier, onde haverá exibições e debates com os artistas selecionados de toda a América Latina e transmitido pelo canal Vaudeville de Radio e TV do Paraguai. A exibição de La Ventana acontece neste sábado (26), às 19h do horário de Brasília, seguido de debate.

Mas as obras de todos os artistas selecionados conseguem ser visualizadas aqui através do site oficial do festival.

Para quem quiser acompanhar, o festival, haverá transmissões ao vivo pelo Insta @vaudeville_online.

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