Em enquete realizada, 55% são a favor da utilização de jetskis na praia municipal em LP

Na enquete, internautas foram questionados se são a favor da utilização de jetskis na Praia Municipal. (Foto: Reprodução da Internet/Combuco)

Em enquete realizada, 55% são a favor da utilização de jetskis na praia municipal em LP

Na última segunda-feira (2) o Sou+Lagoa utilizou a ferramenta ‘enquete’ do Instagram para realizar uma pesquisa, onde questionou os internautas se eram a favor da utilização de jetskis na Praia Municipal.

Os resultados apontaram que 55% dos seguidores são a favor do uso do jetski na Lagoa. Tal pesquisa foi realizada em razão do debate que ocorreu na Câmara de Vereadores de Lagoa da Prata no dia 26 de fevereiro.

(Foto: Reprodução da Internet/Sou+Lagoa)

Na ocasião, estiveram representantes de diversos setores da sociedade civil para debater um projeto de lei enviado pelo prefeito Paulo Teodoro. O projeto em questão tem a intenção de alterar a lei orgânica do município, permitindo o uso de jetski e a pesca na lagoa da Praia Municipal.

A justificativa do prefeito ao apresentar o projeto de lei, aponta que a liberação da pesca e do uso dos jetski irão fomentar o turismo na cidade, uma vez que a Praia Municipal poderá receber mais eventos esportivos e de lazer.

O documento apresentado pelo executivo, salienta que o uso da lagoa pelos interessados na prática do jetski não trará nenhum prejuízo ao meio ambiente e aos demais usuários da praia.

Embora a população queira, há riscos para o uso do jetski

De acordo com informações do Jornal Cidade, o tenente do Corpo de Bombeiros da cidade de Formiga, Matheus Cunha, que esteve presente na reunião, esclareceu aspectos relacionados à segurança no possível tráfego de motos aquáticas na lagoa da Praia.

Segundo o tenente, não existe ‘risco zero’ e é necessário um estudo específico para calcular os possíveis impactos ambientais.

“Quando o Corpo de Bombeiros trata de gestão de risco, não existe risco zero. No caso específico da Praia Municipal, é um local liberado para o uso de banhistas. Se porventura venha ser autorizado o uso de jetski, teremos mais possibilidades de ocorrer um evento adverso com o condutor da moto aquática cair, além do risco de atropelamento de algum banhista”, explicou Matheus.

O sargento Leonardo da Polícia Ambiental também esteve presente na reunião e salientou que o projeto de lei trata de duas atividades distintas.

(Foto: Alan Russel)

Com relação a pesca, o sargento Leonardo se mostrou favorável à liberação. Quanto à liberação do uso de jetski, o policial ambiental explicou que deve haver um estudo de impacto ambiental.

“Pelo que acompanhamos, a quantidade de peixes na lagoa está descontrolada. Os pescadores nos dizem que é o prazo de jogar a isca na lagoa que os peixes já fisgam. Às vezes seja até interessante liberar a pesca para haver melhor controle e prevenir ataques de predadores à banhistas. No que tange a liberação das embarcações para pesca já não é tão interessante, a fiscalização seria muito mais trabalhosa e minuciosa. Além disso, seria necessário também, um controle bem feito da quantidade de embarcações permitida dentro da lagoa. Sendo assim, eu, particularmente, sou favorável a liberação da pesca em barrancos, porém, a liberação de embarcações iria complicar muito”, disse Leonardo.

O sargento ainda complementou, falando sobre a liberação do uso de jetski. “Agora, com relação a liberação do uso de jetski, foi realizado algum estudo de impacto ambiental? Nós da Polícia Ambiental trabalhamos com motores de 5, 10, 15 cavalos e sabemos que existe uma certa poluição da água com o uso desses motores. Além do quê, a saída de água da lagoa da Praia é muito pequena e a entrada de água ocorre apenas no período chuvoso. A água que entra não é água limpa, uma vez que é água pluvial que vem de diversos bairros ao entorno da lagoa. A primeira coisa que deve ser feita é um estudo de impacto ambiental para calcular os danos que podem ser causados pelo uso dos jetskis” concluiu.

Ambientalistas e moradores também são contra o projeto de lei

Além de vereadores, Bombeiros e Polícia Ambiental, representantes de associações ambientais e moradores do entorno da lagoa estiveram presentes na reunião e se colocaram contra a iniciativa do projeto. Segundo a reportagem do Jornal Cidade, ambientalistas alegam que com a força dos jatos de água das motos aquáticas, muitos ninhos de ovos de peixes poderiam ser atingidos, além da fauna aquática da lagoa que poderia ser danificada.

Interessados no uso do veículo aquático ainda não fizeram estudo de impacto ambiental na Praia

Na reportagem, JC também assegurou que interessados no uso de veículo aquático na Praia também estiveram presentes na reunião e tentaram justificar o projeto que altera a lei orgânica do município. Porém, quando indagados se realizaram algum estudo de impacto ambiental na lagoa, eles alegaram que o custo para realização é alto e que ainda não tiveram condições de fazê-lo.

Secretaria Municipal de Cultura e Turismo alega não ter recebido convite para reunião

Ao jornal, o secretário de Cultura e Turismo de Lagoa da Prata, Antônio Cláudio, conhecido como Tatau, disse que a pasta não recebeu nenhum convite referente a esta reunião. Em contato com a reportagem do Jornal Cidade, o secretário informou que tomou conhecimento do projeto de lei enviado à Câmara mas ainda não está a par dos detalhes. “Sou a favor de que a Praia receba investimentos e se modernize para benefício de todos, seja em obras de infraestrutura, desportivas e até de recreação. Sou a favor da pesca esportiva, pedalinhos, parquinhos infantis, equipamentos de ginástica, mais opções de quadras e campos de areia e até, quem sabe, uso de jetski. Tudo isso, com certeza, fará nossa Praia mais atrativa turisticamente. Mas creio que no momento, o primeiro passo, é aguardar a decisão da legislação, no que tange ao estudo de impacto ambiental no local”, finalizou Tatau.

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Redação