Dias cada vez mais quentes: ambientalista afirma que queimadas interferem no clima

Queimada registrada em Lagoa da Prata na noite de quarta-feira (30). (Foto: Maria Roberta/Arquivo pessoal)

Dias cada vez mais quentes: ambientalista afirma que queimadas interferem no clima

Bárbara Félix

@barbara.fx


Caos no clima! Os dias estão cada vez mais quentes em Lagoa da Prata, e conforme a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), neste sábado (3), a máxima pode ser de 38º C no município. Logo foi levantada uma questão bastante pertinente: é possível que as queimadas que vêm ocorrendo tanto no país como em Lagoa da Prata, interfira no clima, fazendo com que as temperaturas aumentem? De acordo com o ambientalista lagopratense, Saulo de Castro “com certeza as queimadas podem interferir”.

Nesta quinta-feira (1º), a redação do Sou+Lagoa falou com o ambientalista que explicou sobre como os incêndios podem favorecer no aumento das temperaturas, principalmente nas pequenas áreas dentro de uma cidade.

Segundo ele, a interferência ocorre principalmente no microclima, que é um termo usado pelos climatologistas para definir as condições climáticas de uma pequena área dentro de uma região ou cidade como a temperatura e sensação térmica.

Para explicar melhor, o ambientalista pontou que em Lagoa da Prata há um exemplo de fácil percepção de microclima, que de acordo com ele, é o que ocorre na orla da lagoa da Praia. “Para quem faz caminhada ali já deve ter percebido a diferença de temperatura, assim que você entra no início do Parque Francisco de Assis onde está arborizado. É como se houvesse uma fina camada separando os dois ambientes, um mais quente e o outro mais frio. Há também a brisa da lagoa que deixa o ar mais úmido, daí a importância de termos mais árvores e áreas úmidas na cidade”, disse Saulo.

Logo sobre o aumento nas temperaturas, o ambientalista disse que a partir das queimadas, são criados bolsões de calor ou Ilhas de calor se formam em áreas urbanas muito edificadas devido as construções que impedem a circulação dos ventos. “As queimadas aquecem o ar que fica retido nessas ilhas aumentando a temperatura ambiente. Nossa cidade se encontra a 650 metros de altitude enquantoSanto Antônio do Monte está a quase 1000 metros.  Belo Horizonte está a cerca de 900 metros, daí a reclamação dos belorizontinos quando vêm aqui. A diferença é grande. Os bolsões de calor estacionam nas áreas baixas e aumentam a temperatura, e Lagoa da Prata está numa dessas áreas baixas, então a sensação de extremo calor que é sentida, principalmente por visitantes”, explicou o ambientalista.

Mas que calor é esse?

Queimadas realmente estão interferindo? É normal as altas temperaturas neste período? Ou estamos em uma onda de calor? Conforme o meteorologista do Inmet, Heráclio Alves, grande parte do estado mineiro está sob influência da massa de ar quente, o que reduz a nebulosidade, o que impede a formação de nuvens para vir, consequentemente, a chover em Minas Gerais.

Segundo ele, as máximas ultrapassaram a média esperada para este período, mas é em decorrência de uma onda de calor, e não só em Minas Gerais, mas em várias regiões do Brasil. Ele ainda alegou que as temperaturas podem ficar mais amenas no final da próxima semana.

Queimadas em Lagoa da Prata

Na noite da última quarta-feira (30), uma moradora de Lagoa da Prata registrou uma queimada que ocorreu, de acordo com ela, “próximo à Pracinha da Pedra”.

Veja a foto encaminhada à redação do Sou+Lagoa:

Queimada registrada em Lagoa da Prata na noite de quarta-feira (30). (Foto: Maria Roberta/Arquivo pessoal)

 

Deixe um comentário

Redação