(Foto: Daniel Rocha/Arquivo Pessoal)
Uma jornada familiar: Lagopratense viaja de vespa em homenagem ao avô
Daniel Rocha cresceu em Lagoa da Prata, ouvindo de seu pai as histórias sobre seu avô, que sempre viajava do Rio de Janeiro até a nossa cidade… de vespa.
Cultivando uma admiração pela coragem desse costume, Daniel resolveu seguir o caminho do avô viajando da mesma maneira, de Divinópolis até Belo Horizonte.
Foi a primeira experiência de Daniel viajando de vespa, por isso, ele decidiu começar com passos menores, mas não descartou a possibilidade de se aventurar por outros trajetos.
“Foi de Divinópolis pra BH. Eu pretendo viajar outras vezes, [com um trajeto] um pouco mais longo do que Divinópolis – BH, foram 120 km”, comentou ele em conversa com o Sou+Lagoa.
Quando questionado sobre a origem dessa vontade, Daniel voltou às suas raízes e falou da
família. Segundo ele, as motos sempre foram uma paixão e a vespa já faz parte da sua vida há algum tempo.
“Meu avô é de Lagoa da Prata, Miguel Agostinho Pereira. Ele tinha aquela coisa toda de viajar né, como eu contei lá no post. E essa vespa tá comigo já tem sete anos, desde 2015. Sempre fui apaixonado por motos e tal. Teve uma vez que eu trouxe ela pra Belo Horizonte, de carro, trouxe ela na caçamba da caminhonete e um dia eu falei: ‘ah, vou viajar nela’, mas era complicado. Acabei voltando com ela pra Divinópolis, de carro”.
A vontade de viajar já existia, então ele só precisava de uma razão. Foi o que aconteceu no começo de fevereiro.
“Eu tava precisando de um veículo em BH. Meu pai todo feliz [falava] ‘vai na vespa mesmo’, quando eu comentei com ele o que eu queria. Já a minha mãe era mais arredia, falava: ‘não, é perigoso’. Demorei uns três meses pra poder insistir, convencer, que eu queria vir realmente de moto. Aí surgiu a oportunidade de eu vir pra Belo Horizonte essa semana, minha família mora em Divinópolis, meu pai e minha mãe. Aí eu falei :’olha, eu vou de vespa’”, contou Daniel.
E então começou a parte prática. Considerando o trajeto, o veículo e as condições do tempo, Daniel calculou apenas o que seria necessário para que ele chegasse ao seu destino.
“Vim sem planejar, sem nada. Eu sabia que o tanque dela era pequeno e tal, rodava, sei lá, uns 70 quilômetros [por litro] só. De Divinópolis [pra Belo Horizonte] são 120 [quilômetros]. Aí pensei: ‘eu vou parar em três pontos: Itaúna, Juatuba e Belo Horizonte’. Na verdade, eu saí de Divinópolis com o tanque cheio, então foram quatro pontos de parada pra abastecimento”.
E assim aconteceu. Daniel chegou ao destino sem grandes contratempos, apenas alguns pontos de chuva durante o trajeto e a adrenalina de viajar em meio a veículos maiores, em uma velocidade consideravelmente menor.
“Foi uma experiência sensacional, dá um pouco de medo mas falei: ‘só to indo’, coloquei uma jaqueta e fui, com medo e tal. Os carros passavam, balançava tudo, a moto não passava de 70 km/h. Gastei quase três horas de Divinópolis pra Belo Horizonte, coisa que normalmente, de carro, se faz no máximo em duas horas”.
Apesar do medo, ele confirma que pretende repetir a aventura e continuar seguindo os passos do avô.
“Depois que eu vim, gostei demais. Agora eu pretendo fazer mais viagens, mais longas, planejar melhor”, concluiu Daniel.