Prefeitura promove coletiva e fala sobre medidas contra coronavírus em Lagoa da Prata

Prefeitura promove coletiva e fala sobre medidas contra coronavírus em Lagoa da Prata

Para responder perguntas frequentes sobre a Covid-19 (doença causada pelo coronavírus), foi realizado uma coletiva de imprensa quarta-feira (18), no Teatro Fausto Resende em Lagoa da Prata.

Na ocasião, estavam presentes o secretário de saúde Geraldo de Almeida, secretária de educação Paulene de Andrade, chefe da atenção básica Sabrina, secretário de cultura e turismo Antônio Cláudio (Tatau) e o médico da vigilância epidemiológica Diogo Chaves. Vários veículos de comunicação também marcaram presença para esclarecer as dúvidas da população.

Na reportagem, o Sou+Lagoa inseriu as perguntas realizadas durante a coletiva e as respostas dos secretários e do médico da vigilância epidemiológica. Confira a entrevista:

Quantos médicos e enfermeiros estão disponíveis para o atendimento hoje?

Geraldo de Almeida: Hoje nós temos dez médicos, sendo um para cada unidade básica. Temos 12 médicos atendendo na Policlínica e, na UPA, temos cerca de 20 médicos credenciados, com três que atendem no plantão diário e dois médicos no plantão noturno, sendo com dois enfermeiros mais a equipe de técnica de enfermagem.

Já foram monitoradas aquelas pessoas que tiveram contato com pessoas que deram entrada com casos suspeitos na UPA e no Hospital? E caso elas não tenham sido constatadas, elas devem comunicar as autoridades de saúde para que seja feito coleta e teste?

Geraldo de Almeida: Não se faz coleta e teste em pessoas que não têm os sintomas da doença; a coleta e teste é definida pelo médico. E não há forma de monitorarmos todas as pessoas que teve contato com um possível suspeito.

Houve alguma mudança a partir da divulgação do decreto desta terça (17) com relação aos eventos que estavam programados pela secretaria de cultura?

Antônio Cláudio: A mudança que tivemos foi o fechamento da Praia Municipal nos sábados e domingos, e as bibliotecas municipais serão fechadas a partir de amanhã também. Com relação aos eventos de maio a julho, por enquanto não houve nenhuma determinação, até porque não veio nada do governo para que não fizéssemos nada a partir de 30 ou 60 dias.

Na hipótese de haver superlotação em nossa estrutura médica como aconteceu em outros países, se não houver a possibilidade de atendimentos simultâneos, qual é a recomendação para se dar ao cidadão?

Médico Diogo Chaves: Devemos individualizar caso a caso porque existem os casos leves que vão ser a maioria dos casos, e existe a população de risco, que são gestantes, crianças, pacientes portadoras de câncer, diabéticos, idosos, entre outros. Esses pacientes já estão sendo amplamente orientados pelos meios de comunicação para que eles fiquem em casa. Isso não é férias. Portanto, não é para os pais levarem os filhos para viajarem, sair, aproveitar. É uma quarentena, por isso deve-se ficar isolados. Então se o caso for leve, ele vai para a Policlínica, se o caso for mais grave ele vai para a UPA. E o que a gente quer com isso é a diminuir a transmissão do vírus, porque se a gente não toma essas medidas agora e não orientamos essas pessoas de forma correta, a transmissão do vírus passa a ser maior. Vai existir um pico muito grande nesse primeiro momento de transmissão se não tomarmos essas medidas, e depois fica difícil de a gente poder controlar e até também com a parte da questão de urgência, das unidades básicas e policlínicas.

Há alguma recomendação especial para pessoas que estão chegando de viagem, principalmente, àquelas que, porventura, vêm de uma área em que haja mais casos?

Geraldo de Almeida: Sim, foi instituído o comitê municipal de acompanhamento à crise do coronavírus e nós estamos fazendo um documento que será divulgado entre os grupos de WhatsApp dos donos de viagem e visitantes passando as orientações para esse pessoal que está chegando.

Haverá um canal mais fácil para manter essa comunicação com transparência?

Geraldo de Almeida: O canal de comunicação é o serviço de assessoria da prefeitura. Para os residentes em Lagoa da Prata e achar ou sentir que precisa de um atendimento de saúde, ele vai ligar no telefone (37) 9 9107-2876 e receberá orientação do fluxo. Por que isso? Porque nesse momento nós temos que evitar que pessoas sadias procurem qualquer unidade de saúde. A coisa é séria. Nós estamos vendo uma situação de descontrole, por exemplo, na Itália porque as medidas preventivas não foram tomadas no tempo certo ou porque a população não levou a sério as recomendações. Então, só deve procurar uma unidade de saúde nesse momento quem tem necessidade de um atendimento agora que não pode adiar.

Algumas pessoas acham que o álcool gel deveria ser disponibilizado, vocês concordam?

Geraldo de Almeida: O álcool gel está sendo disponibilizado nas unidades de saúde. A gente tem que ser razoável; é impossível disponibilizar para uma população inteira até porque não temais mais fornecedores. Mas é importante ressaltar que antes do álcool gel é preciso usar água e sabão. Álcool gel é só quando não tem condições de usar água e sabão.

Médico Diogo Chaves complementa: o pensamento do coronavírus é igual para qualquer doença viral, por isso as orientações de higienização são parecidas. Água e sabão tem um efeito ótimo e é importante. Não há forma de ter álcool gel para todo mundo porque as pessoas comprem muitos de uma vez. Então acho que deveriam ser vendidos apenas um por CPF. Tanto álcool líquido quanto álcool absoluto podem ser usados na hora da higiene.

Há uma preocupação muito grande com as questões da contaminação. Já tem cidades como, por exemplo, São Paulo e Rio de Janeiro que foi detectado a transmissão comunitária. Se isso vier a acontecer no estado de Minas Gerais e se espalhar pelos municípios, como nossa cidade está preparada hoje em relação a UPA e ao Hospital em questão de leitos? Por que sabe-se que muitas das vezes, principalmente em casos suspeitos, as pessoas podem ficar em casa. Mas dependendo da gravidade dos sintomas apresentados, eles têm que ser internados. Como que vai ficar essa questão em Lagoa da Prata?

Geraldo de Almeida: a informação de agora de manhã é de que a transmissão comunitária já está em Minas. Nós já instituímos o comitê e dentro dele foi denominado as pessoas que vão tratar de cada assunto. O comitê irá se reunir ordinariamente a cada 72 horas e extraordinariamente dentro da necessidade, e o Hospital São Carlos já reservou cinco leitos para o tratamento do Covid-19; a UPA tem três leitos de emergência. Contudo, a saúde é pensada como rede, por causa disso os leitos do Hospital não são só de Lagoa da Prata e sim de toda a região oeste. Leitos hospitalares não são do município, exceto os hospitais municipais. Então nós temos, dentro da rede de urgência e emergência, 18 hospitais na região que estão preparados para receber as pessoas que necessitarem de internação. E a Secretaria Estadual de Saúde já solicitou que seja levantado a demanda de hospitais que tenham, por exemplo, leitos de CTI que não foram abertos ainda, equipamentos de respiração e monitoramento. A UPA, como sempre, está preparada para receber dentro da demanda que ela suporta e comporta, que é de UPA tipo 1.

Foi dito que há três leitos na UPA e uma única sala para receber todos os pacientes da cidade, casos mais graves em geral são encaminhados para essa sala de emergência, a Sala Vermelha. Como que vai ficar essa situação? E se chegar algum paciente com suspeitas de coronavírus na sala, os outros pacientes vão permanecer nesta única sala?

Geraldo de Almeida: os ambientes são separados por biombos e nós separamos duas salas para isolamento. A sala de urgência é usada apenas para entubar.

Existem sequelas caso a pessoa consiga se livrar do coronavírus?

Médico Diogo Chaves: Existem, sim, sequelas pulmonares. Por ser uma síndrome respiratória aguda, já existem sequelas determinadas.

Redação