Prefeitura faz corte de mais de 40 palmeiras na Praia e população realiza abaixo-assinado contra ação

Palmeiras localizadas na ‘Avenida das Palmeiras’ não existem mais. (Foto: Alan Russel/Jornal Cidade).

Prefeitura faz corte de mais de 40 palmeiras na Praia e população realiza abaixo-assinado contra ação

Alan Russel 

Mais de 40 palmeiras que ornamentavam o calçadão que envolve o maior ponto turístico da cidade de Lagoa da Prata foram cortadas na tarde desta quarta-feira (19). De acordo com o sargento Alessandro, do Corpo de Bombeiros de Formiga, o corte das palmeiras foi uma solicitação da Prefeitura, via Secretaria de Meio Ambiente. A equipe da Prefeitura começou o corte e o Corpo de Bombeiros fez o trabalho de dividir os troncos em pedaços menores.

“Foi constatado via laudo técnico, que esses coqueiros estavam mortos, com bichos e com risco iminente de vir a cair. Fomos informados que aqui é um local onde a população costuma fazer caminhada e encaminhamos uma equipe para fazer uma vistoria mais detalhada onde avaliamos que existia risco eminente”, informou o sargento.

O mestre em ciências ambientais, Frederico Muchon, esteve no local onde aconteceu o corte das palmeiras e na ocasião gravou um vídeo que rapidamente foi amplamente compartilhado nas redes sociais. No vídeo, Muchon aponta que o corte das árvores foi uma atitude de extrema irresponsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente.

Muchon conversou com a Redação e disse que já está tomando as medidas cabíveis para que os responsáveis pela intervenção ambiental sejam punidos.

“Não existe nenhum argumento técnico para a poda dessas palmeiras. Constatamos que, diferente do que diz a Secretaria de Meio Ambiente, as palmeiras estavam saudáveis e as mesmas não ofereciam risco algum para a população que usa o espaço para caminhar ou pedalar. Isto que fizeram aqui na Avenida das Palmeiras é inadmissível e já apresentei estas informações ao conhecimento da promotoria”, explicou o mestre em ciências ambientais.

Mestre em ciências ambientais apresentará contra laudo para Promotoria de Justiça. (Foto: Alan Russel/Jornal Cidade).
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, soltou uma nota onde justifica a poda das palmeiras. De acordo com o secretário Lessandro Grabriel, o fluxo de pessoas que praticam caminhada no calçadão do contorno da Praia Municipal é alto e as palmeiras estavam trazendo risco a essas pessoas.

“Após o laudo de um engenheiro florestal, do Corpo de Bombeiros, ficou claramente evidenciado que as palmeiras já estavam mortas e isso oferece alguns riscos as pessoas que transitam pelo local. É importante ressaltar também que as palmeiras condenadas serão substituídas por árvores de espécies apropriadas para a área, evitando acidentes com carros, ciclistas e pedestres, além de oferecer uma arborização que, com certeza, trará uma visão mais bonita e harmoniosa”, concluiu o secretário.

Opinião pública é contrária ao posicionamento da Secretaria de Meio Ambiente

Diante da atitude da gestão, não demorou muito para que a população começasse a usar as redes sociais para protestar e cobrar respostas do poder público. O representante de vendas, Túlio Castro, foi um dos cidadãos que se indignaram com o corte das palmeiras e iniciou um abaixo assinado onde critica o posicionamento da Secretaria de Meio Ambiente e exige o replantio imediato das árvores.

“Fiquei sabendo do acontecido via Facebook e de imediato me senti na obrigação de fazer alguma coisa. Liguei na Secretaria de Meio Ambiente onde me explicaram de forma vaga e sem argumentos plausíveis os motivos que levaram a cortar as árvores. Daí tive ideia de fazer o abaixo assinado. Infelizmente, as árvores já foram cortadas, porém, o mínimo que deve ser feito é o replantio imediato dessas palmeiras. A Prefeitura precisa entender que não pode simplesmente fazer isso e não dar explicação dos motivos que levaram ao corte das árvores. A população precisa saber. É inadmissível que, de um dia para o outro, sem justificativa ou aviso nenhum,  a avenida do contorno amanheça sem nenhuma das palmeiras que há muitos anos era parte daquele lugar, inclusive dando nome a avenida”.

População se movimenta e realiza abaixo-assinado. (Foto: Alan Russel/Jornal Cidade).

O analista de sistema, Márcio Cesar, mora a poucos metros da Avenida das Palmeiras e usa diariamente o calçadão para caminhar. Márcio salienta que a atitude da gestão vai na contramão do que é esperado de uma Secretaria de Meio Ambiente.

“Na minha opinião, o corte das palmeiras vai contra tudo o que vem sendo implementando em relação ao desenvolvimento sustentável no mundo. Parece que aqui em Lagoa da Prata, a consciência é outra. É totalmente possível conciliar o desenvolvimento com o meio ambiente. Como morador do Bairro Coronel Luciano, fiquei muito triste. Eu me acostumei a caminhar no calçadão e ver maritacas e pássaros de diversas espécies. E agora, do nada, cortam todas as palmeiras? Destruíram as árvores e o mínimo que a gente espera é uma resposta com embasamento técnico que comprove a necessidade de acabar com as palmeiras que já faziam parte deste espaço tão precioso da nossa cidade” finalizou Márcio.

Redação