As jovens lagopratenses estão e Moçambique desde janeiro de 2018. (Foto: Ludmila Dorella/Arquivo Pessoal)
“Estamos todas bem e com saúde”, diz missionária que está em Moçambique
No inicio de março, o sul da África foi devastado pelo ciclone Idai, que causou 602 mortes em Moçambique, o país mais afetado por esta catástrofe, além de cinco falecimentos por cólera, de acordo com informações divulgadas pelo Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGC) no último sábado (6).
As missionárias da Comunidade Árvore da Vida Ludmila Rocha Dorella, Ludmilla Guimarães Abreu, Sara Alves dos Santos, Maria Aparecida Fátima da Silveira e Naiane Adrilene Zózimo, que viveram um período em Lagoa da Prata estão servindo em Moçambique, e com a notícia do ciclone, a redação procurou saber sobre essas meninas, e conseguiu falar com uma delas, Ludmila Dorella.
À primeiro contato Ludmila falou pouco com o Sou + Lagoa, pois a conexão na área que está em missão é bastante precária.
“Não estamos na Beira, cidade mais devastada pelo ciclone, estamos na Província da Zambézia. Sobre a situação das pessoas atingidas, não tenho tanto para contribuir, pois não temos Tv, e a internet não é boa. Embora seja perto, vocês no Brasil tem mais informações do que nós”, contou.
Devido a conexão ruim, o Sou + Lagoa quase perdeu o contato com Ludmila, mas nesta segunda-feira (8) o contato foi retomado, e a missionária contou mais detalhadamente como estão passando esses tempos difíceis.
“Estamos em Moçambique há um ano. Na região onde vivemos apenas uma pequena porção da população tem energia elétrica. Um número maior conta com pequenos painéis solares o que lhes possibilita carregar celulares. Sendo assim, a maneira através da qual se pode saber a respeito das notícias do próprio país é o acesso à rádios comunitárias que podem ser acessadas aqui na região e que, segundo meu conhecimento, são duas. Nós soubemos pela internet que é bastante limitada. Como ainda não temos televisão, esta é a melhor forma de termos notícias”, informou Ludmila.
A missionária ainda contou que há muitas pessoas que não tem acesso às informações a respeito do que acontece na Beira.
“Por isso, não considero que nestas regiões mais remotas haja impacto para a população. Aos poucos as notícias vão se espalhando, mas com pouca atualização. Um senhor que é nosso funcionário, o Sr. Mário Guerra, tem uma filha que vive na Beira. A família dela perdeu tudo. Ela tinha duas crianças e a mais nova faleceu vítima de diarreia. O que o Sr. Mário sabe é que a criança foi hospitalizada e faleceu no hospital”, disse.
No balanço oficial do INGC, não estão incluídos os mortos por cólera confirmados na sexta-feira (5) pelas autoridades sanitárias. A doença que já afetou mais de 2,4 mil pessoas em Moçambique – a maioria já recebeu alta médica, principalmente na cidade de Beira e nos distritos circundantes de Buzi e Nhamatanda.
Conforme Ludmila, o surto de cólera é uma realidade e o aumento dos casos fez com que se iniciasse uma campanha de vacinação na região afetada. O aumento dos casos é preocupante também pelo fato de que a doença pode de alastrar muito rápido pelo país.
“Estamos todas bem e com saúde. Estamos enfrentando este momento em oração buscando notícias e transmitindo aos que estão mais perto de nós”, informou a missionária.
Ajuda ao próximo
Além dos bombeiros mineiros irem e ajudarem a população de Moçambique a se reerguer, uma jovem, que se tornou amiga de Ludmila Dorella no último ano após uma fazer uma viagem até a África, Paula Lopes se mobilizou e fez uma vakinha para ajudar a população.
A campanha já foi encerrada, e as doações já foram entregues. A vakinha tinha como meta arrecadar R$ 5.000, mas pessoas com corações muito generosos doaram, e o total foi R$ 6.446.