Degmar Silva é mãe de uma menina de 11 meses e como trabalha como agente de saúde, teve que adaptar a rotina para estar junto da filha. – Foto: Degmar Silva/Arquivo pessoal
Especial: Mães de Lagoa da Prata relatam rotinas em tempos de pandemia
Reportagem: Bárbara Félix
“Assim que ela me vê, já quer colo, mas antes de pegar ela, troco a roupa e tomo um banho”, disse a agente de saúde Degmar Silva, mãe de uma menina de 11 meses, sobre a nova rotina com a filha perante a pandemia.
Na linha de frente em combate à Covid-19, é a agente de saúde Degmar Silva, trabalha de segunda à sexta na Unidade Básica de Saúde Edil Handan, no Bairro Marília em Lagoa da Prata. Ela contou à redação do Sou+Lagoa que no horário de almoço, momento em que pode estar com a filha, segue todas as recomendações.
“Tem sido complicado porque ainda amamento, então faço toda a higienização para poder pegar ela e alimentar”, relatou a agente de saúde. Ela ainda completou alegando que neste período de quarentena, precisa trabalhar. “Sou mãe e a quarentena para nós da linha de frente não existe, então para estar com nossos filhos precisamos tomar as precauções”, declarou.
Degmar também é filha, disse que no Dia das Mães, celebrado neste domingo (10) passará a data ao lado da mãe, que cuida da bebê enquanto ela trabalha durante a semana .
Outra mãe que nesta quarentena não pôde parar de trabalhar, é Vânia Almeida, que trabalha na sessão de frios no Supermercado JM. Segundo ela, a vontade neste período de isolamento social, é ficar com os filhos, de 16 e 15 anos.
“Neste período de pandemia, as pessoas são chamadas a ficar de quarentena, mas no meu caso, e trabalhando em mercado, não posso parar. Meus filhos estão em casa, mas é difícil porque, apesar de serem crescidos, acho ruim deixa-los, afinal é um momento em que precisamos ficar mais próximos. É complicado”, disse Vânia.
Ela também contou que se estivesse com os filhos em casa, seria mais fácil e poderia buscar métodos para distraí-los neste momento. “Poderia fazer algumas atividades com eles, para ocupar o tempo e a mente, mas como não posso, fico feliz em saber que estão bem, protegidos e em casa”, relatou.
Vânia passará a data longe da mãe, que mora em Salvador, na Bahia, mas destacou ainda que se estivesse lá, respeitaria o isolamento e passaria a data longe da mãe, por amor a ela. “O que estamos passando é algo sério e é grave. Será Dia das Mães, e mesmo amando a minha mãe, nesse momento, temos que respeitar pelo nosso bem e bem dela”.
#EmCasa na quarentena com os filhos
A professora de educação física, Sabrina Menezes, nesta quarentena tem a oportunidade de estar com os filhos em isolamento social, já que não está trabalhando. Segundo ela, estão tentando levar uma vida normal dentro das limitações, mas, não está sendo fácil. Ela relatou que estar em casa com eles neste momento é um misto de alegria e preocupação.
“Me preocupo com a saúde física e mental deles, além do pedagógico que está defasado, mas para distraí-los, levo eles para fora de casa para andarem de bicicleta. Temos assistido a séries e filmes juntos, eles estão me ajudando em algumas tarefas de casa e até dançamos de vez em quando”, contou Sabrina.
Sobre este Dia das Mães, ela destacou que em sua família será diferente em diversos aspectos, embora vá passar o dia tradicionalmente com a mãe. “Não poderíamos deixa-la sozinha neste dia, mas pretendemos almoçar com ela sim, no entanto sem toques e sem abraços. Além disso, será diferente porque será o primeiro Dia das Mães sem a presença do meu pai, que faleceu no início do ano, e como nossa família é muito unida ele fará falta. Depois vem todo esse clima tenso que estamos vivendo; não podemos abraçar, não podemos ir a missa agradecer a Deus e nem coroar Nossa Senhora. Não estamos saindo pra ver as vitrines enfeitadas, enfim, definitivamente não será um dia das mães como eu gostaria”, declarou.