Ideia surgiu a partir de uma vontade e necessidade de unir gays nas festas rave. (Foto: LGBTrance/Arquivo Pessoal).
Espalhando amor movimento LGBT de Lagoa da Prata é destaque em festas eletrônicas
Dizem que a união fortifica as causas, as pessoas e os objetivos em comum, e não foi diferente com o movimento LGBTrance de Lagoa da Prata, que há um ano e meio vem mostrando representatividade e inclusão nas festas eletrônicas do Centro-Oeste de Minas Gerais.
A ideia surgiu a partir de uma vontade e necessidade de unir gays nas festas raves, já que conforme o idealizador do movimento Gabriel Lopes, a tarefa de identificá-los sempre foi difícil. “Estamos vimemos em uma cultura, a qual a maioria das pessoas hoje em dia ‘parece’ heterossexual, mas não são”, contou Gabriel.
Desta forma, ele decidiu usar a internet a seu favor, fez uma postagem em um grupo de festas raves que é membro, o “Resistência Main Floor” e na postagem perguntou onde estavam os gays, as lésbicas, os bissexuais e os transexuais do trance. Em poucas horas já contavam mais de 700 comentários e a partir disso grupos na rede social WhatsApp e Facebook foram criados. “A partir de um post que surgiu o movimento! A ferramenta que temos são as redes sociais e usamos elas com objetivo de promover a ponte entre os gays do trance, já que muitos não moram em Lagoa da Prata”, declarou.
Com mais de 7000 membros atualmente, segundo Raissa Ribeiro, uma das participantes do movimento, o LGBTrance é um importante grupo de resistência, que vem para dar visibilidade a comunidade LGBT e mostrar que os gays estão em todos os ambientes e se orgulham disso. “Quando conheci o LGBTrance fiquei impressionada com a capacidade de mobilização e de união de um grupo vindo das redes sociais”, contou.
Mas fora das redes sociais, onde há grupos contrários ao LGBT, casos de intolerância já foram presenciados nas festas. De acordo com Gabriel, mesmo na rave, onde a paz, o amor, o respeito e a união são lemas a levar para a vida, casos deste tipo já ocorreram. “Infelizmente muitos vão a festa por outros motivos, muitas vezes nem sabem o porquê de estarem lá, simplesmente usando o momento como válvula de escape e consequentemente, acabam tendo atos de intolerância”, informou Gabriel.
Porém, conforme o idealizador, a criação do movimento auxiliou bastante em relação ao respeito pela comunidade. Após o LGBTrance muitas pessoas têm apoiando a causa e unindo forças, assim os casos de intolerância têm diminuído consideravelmente nestas festas.
O LGBTrance esteve nas cinco raves promovidas em Lagoa em 2018, inclusive a Sarasvati que aconteceu no último dia 8 e evidência a importância de dar visibilidade a comunidade gay na cidade, no interior e em todos os lugares. Além disso, embora o movimento esteja apenas nas raves, o intuito é levá-lo para as demais festas que acontecem em Lagoa da Prata. Hoje, são 7200 integrantes no movimento, que está aberto para acolher com carinho e amor “as pocs” amantes do trance.