(Foto: Banco de Imagens Canva)
Enfermeiras lagopratenses falam sobre o dia a dia da profissão e os impactos causados pela pandemia
O enfermeiro é o profissional conhecido por se comprometer com a saúde e o bem estar humano. Desde os primórdios, é sinônimo de cuidado e proteção das pessoas abaladas por doenças ou lesões, idosos e deficientes.
No dia 12 de maio é comemorado o Dia Mundial do Enfermeiro. A data surgiu em homenagem a Florence Nightingale, que nasceu em 12 de maio de 1820. Florence é considerada pioneira na enfermagem moderna. Ana Néri foi uma enfermeira brasileira que também é homenageada nesta data, por ter sido a primeira enfermeira do país a se alistar voluntariamente em combates militares.
Em celebração da data, o Sou+Lagoa conversou com duas profissionais da área, Mariel Vargas e Thelma Cruz, a fim de saber sobre os desafios enfrentados na profissão.
Mariel trabalha na área há 20 anos e conta que a enfermagem sempre foi uma vocação.
“Sempre tive comigo a vontade de ajudar e fazer diferença na vida das pessoas, ter oportunidade de oferecer o meu melhor através da assistência e cuidado”, contou.
As profissionais falaram sobre as dificuldades enfrentadas durante a pandemia e como isso impactou na visão sobre o seu trabalho agora.
“Estamos passando por um momento onde as pessoas estão conhecendo a importância que o profissional de enfermagem tem no processo que envolve desde a recepção e o cuidado com os pacientes”, comentou Mariel.
Para Thelma, que trabalha na área há 10 anos, a sobrecarga de trabalho continua sendo um problema.
“Gostaria muito depois de tudo o que vimos e ouvimos e passamos que fosse diferente, porém não é a realidade. O que se encontra ainda são excesso de trabalho, profissionais doentes, e falta de reconhecimento dos profissionais de saúde”, expôs Thelma. “Estamos na luta por um piso salarial há muito tempo e somente agora depois da pandemia [o assunto] vem ganhando ênfase para que possamos ter um teto salarial”, completou.
Além das mudanças que a pandemia causou na dinâmica prática do trabalho, ambas não descartam uma das principais mudanças em relação à enfermagem: a visão humanizada que foi construída ao seu redor.
“A sociedade passou a ter uma visão mais sensível ao profissional de enfermagem, facilitando a dinâmica do trabalho do dia a dia”, disse Mariel.
Além das equipes reduzidas em reuniões e a readaptação no uso de alguns equipamentos, o lado afetivo da profissão fala cada vez mais alto para Thelma.
“As mudanças estão acontecendo até hoje, esse contato direto com o paciente passou ser mais restrito, e foi um dos fatores que mais pesou para a enfermagem. Às vezes o que o paciente precisa naquele momento não é medicação endovenosa, mas um abraço, uma conversa, e isso passou a ser mais raro”, contou.
O congestionamento do sistema público de saúde e a falta de investimento por parte do governo são outros desafios apontados pelas profissionais. Esses fatos só evidenciam a importância da sua atuação e o quanto os enfermeiros devem ser reconhecidos e valorizados.