Dona Chiquita. (Foto: Fundação Chiquita Perillo)
Dona Chiquita Perilo, uma grande mulher para Lagoa da Prata
Uma grande mulher! Francisca Perilo de Araújo, conhecida como Chiquita Perilo, é a protagonista para a reportagem especial em celebração à data das mulheres.
Para a reportagem, o Sou+Lagoa conversou com Jane Perilo, que é filha de dona Chiquita – Jane contou sobre a vida de sua mãe, uma figura feminina que fez a diferença em Lagoa da Prata.
Filha de Antônio Perilo e Alice Perilo, Francisca Perilo de Araújo nasceu em Lagoa da Prata, e se casou com Sr. Iraci Pereira de Araújo, que tinha apelido de Quito.
Segundo Jane, sua mãe, dona Chiquita era uma mulher alegre, adorava viajar e jogar vôlei [e jogou até adoecer], reunir-se com as amigas, rezar e desde muito cedo, se dedicou à causa dos outros e gostava de visitar os doentes.
“Até que um dia ela foi chamada para participar de um ‘núcleo de assistência ao canceroso’, que tinha como chefe na época Dr. Carlos Bernardes, um médico de Lagoa da Prata; ele colocou minha mãe como presidente de um grupo de mulheres. Esse núcleo não só visitava os doentes de câncer, mas ele era ligado ao Hospital Mário Penna de Belo Horizonte, e depois ao Hospital Luxemburgo. No início o núcleo trabalhava com uma certa discrição para não assustar as pessoas que tinham grande receio por essa enfermidade, mas depois se viu que era preciso divulgar o trabalho para que as pessoas procurassem ajuda. Minha mãe, muitas vezes, conforme a situação dos pacientes, dava até banho em algum doente”, contou Jane.
A filha de dona Chiquita ainda destacou que o carinho dela pelos pacientes era de uma mãe. “Com isso, eu acredito que todo o povo começou a conhecer minha mãe como uma cristã verdadeira, com causa tão dedicada e nobre por aqueles que sofrem. Ela também contraiu câncer, só que foi tipo diferente de câncer, leucemia, e ainda no fim da sua vida, até os últimos momentos, visitava os pacientes e tinha carinho por eles”, declarou.
Dona Chiquita faleceu em 7 de setembro de 1998. “Minha mãe, ainda com seu amor tão grande conseguiu levar meu pai também na mesma hora que ela foi pra eternidade, para o céu; meu pai dizia que não conseguia viver sem ela, e morreu do coração, foram os dois enterrados juntos, e apesar de ser uma situação difícil para nós da família, a gente sentiu que foi uma obra de misericórdia do nosso Deus que teve muita piedade dele [do pai]. A partir da sua morte, o núcleo passou a ser fundação, e hoje é uma instituição que continua beneficente, para assistência daquele que tem câncer e acharam por bem colocar o nome dela em homenagem”, finalizou Jane.