Mamães viraram amigas e estão sempre presentes nas festas de aniversários e momentos de lazer dos gêmeos. (Foto: Tatiane Domingos/Arquivo Pessoal).
Devido nascimento de muitos gêmeos no mesmo período em LP, mães criam grupo e promovem encontros
Ao descobrir que seria mamãe de gêmeos, Tatiane Aparecida Domingos de Lagoa da Prata, preocupada em oferecer aos futuros filhos os melhores cuidados, teve a ideia de criar um grupo na rede social Whatsapp com outras mamães de gemelares. O objetivo era trocar experiências e dicas, mas o projeto ficou muito maior.
“Eu fiz o grupo pouco depois que descobri que estava grávida de gêmeos, com a intenção de buscar ajuda e também poder ajudar as outras mamães de alguma forma. Inicialmente eram três mamães de Lagoa da Prata e uma amiga de Portugal, que na época estava no Brasil. Mas o grupo foi crescendo, fomos descobrindo outras pessoas e hoje são 32 mães participantes”, informou Tatiane, mãe do Vítor e do Heitor de 1 ano e oito meses.
Lagoa da Prata já tem a fama, conforme a mamãe Mariana Fonseca, algumas pessoas já brincaram falando que quem bebe da água dessa cidade “arrisca” engravidar de gêmeos. Para comprovar se o índice é realmente alto, o Portal procurou a Vigilância Epidemiológica da cidade, responsável pela contagem de nascimentos, mas até o fechamento da matéria não obtivemos respostas. Porém, o interessante é que nos últimos anos algo aconteceu por aqui, pois as mamães participantes do grupo têm filhos da mesma faixa etária. No mínimo é curiosa a história.
“O grupo cresceu bastante e mães de outras cidades começaram a nos procurar para participar e todas elas ficam espantadas com o número de gemelares em Lagoa da Prata. Falam que é a água mesmo (risos)”, informou a participante do grupo, Mariana Fonseca, mãe da Gabriela e da Rafaela, que fazem dois aninhos no próximo mês.
Das participantes do grupo, 13 mamães são de Lagoa da Prata e todos os filhos nasceram nos últimos dois anos. Para Mariana essa “coincidência” fez muito bem para suas filhas, que estão cheias de amiguinhos desde o nascimento. “Sempre promovemos encontros das famílias, as crianças participam dos aniversários, festas de família e passeios nos pontos turísticos de Lagoa, como a praia. É saudável, muito divertido e torna as famílias e os gêmeos cada vez mais cúmplices e unidos”, informou.
Com o crescimento do grupo e a promoção dos encontros, o projeto despertou a curiosidade de muitas famílias de gemelares. Atualmente há no grupo mães que residem no Ceará, no Paraná, além de diversas cidades de Minas Gerais, como Contagem, Ouro Preto, Belo Horizonte, Formiga, Arcos e Iguatama.
Vanessa Farias, que atualmente reside no Ceará e que é mãe do Davi e do Moisés participa do grupo. Conforme ela, a iniciativa foi muito importante, pois por lá, tiram dúvidas, dão dicas e conversam bastante sobre os filhotes. “Eu precisei comprar uma chupeta alimentadora para meus bebês comerem frutas e não sabia como encontrar. Daí, uma amiga me passou o número da Tatiana para que pudesse me ajudar. Na minha foto de perfil estão meus filhos e ela me chamou para participar do grupo. Cheguei a residir em Lagoa da Prata e neste tempo participei de encontros com as mamães e os gêmeos. Mantenho muito contato com elas até hoje”, disse.
A mamãe do Guilherme e do Yago de 2 anos e dois meses, Melissa Bernardino, também conheceu o grupo de gemelares de Lagoa da Prata através da Tatiane. Ela morava no Paraná e agora está em Portugal. Segundo ela, a amizade das duas começou na rede social Facebook, devido aos gêmeos. “Eu conheci a Tatiana no Facebook. Ela estava comprando roupas para os meninos dela e eu vi o comentário dela querendo duas peças iguais. Imaginei que fossem gêmeos e fiz pedido de amizade. Desde então ficamos amigas e a partir disso, ela me convidou para participar do grupo, informando que em Lagoa haviam muitos casos de gemelares. Hoje este grupo é minha segunda família”, afirmou Mel.
Quanto ao alto índice de mamães gemelares em Lagoa da Prata, ela informou que ficou encantada com a iniciativa de aproveitar o fato e criar um grupo para trocar experiências. Mas também disse que acredita que esta seja a “era dos gêmeos”, pois onde tem passado, tem percebido muitos nascimentos de gemelares. “Acho que está em nível mundial. Na cidade onde morava no Paraná também têm muitos gêmeos. E desde que cheguei em Portugal é a mesma situação. O que me leva a pensar que seja a nível mundial. Parece que estamos nos anos dos gêmeos (risos)”, finalizou.