(Foto: Bárbara Félix/Sou+Lagoa)
Casarão mais antigo de Lagoa da Prata, o “museu”, finalmente será reformado e transformado em Centro Cultural
Uma notícia para aquecer os corações lagopratenses: o famoso museu, finalmente será reformado! A notícia foi dada pelo prefeito Di-Gianne, ao lado de outras figuras da administração municipal, nesta terça-feira (4).
O museu foi a primeira casa construída em Lagoa da Prata, quando a cidade ainda era chamada São Carlos do Pântano e pertencia ao município de Santo Antônio do Monte. O casarão abrigava o fundador da cidade, Coronel Carlos Bernardes.
A reforma, estimada pela população lagopratense há anos, foi aprovada pelo judiciário e precisa apenas passar pela aprovação da Câmara Municipal antes de ser executada. O Sou+Lagoa esteve presente no anúncio da reforma, que contou também com a presença dos alunos das escolas estaduais Monsenhor Alfredo Dohr e Doutor Arnaldo de Faria Tavares.
“Não é importante só para o bairro, é importante para a cidade inteira, a valorização do nosso patrimônio é importante demais. Vocês vão estar lá com seus 17, 18 anos, vocês vão passar aqui, ver esse lugar maravilhoso e vão falar ‘eu fui o primeiro a saber disso’, quando vocês contarem para os filhos de vocês”, disse o prefeito às crianças.
Reginaldo Henrique dos Santos, Secretário de Obras de Lagoa da Prata, contou que o principal objetivo é manter as características arquitetônicas do imóvel.
“Quando se trata de patrimônio histórico, tem todo um contexto histórico por trás dessa construção do museu, a gente tem que ter uma cautela muito grande. A gente sempre tenta conciliar, para ter a maior segurança possível, sem descaracterizar o imóvel. A gente quer realmente trazer a cultura, ter um ambiente de utilidade com segurança para a população, mas manter as características que esse imóvel tem também”, explicou.
O secretário apontou que serão feitas melhorias em termos de estrutura, mas preservando sua identidade histórica. Essas melhorias visam dar utilidade ao espaço, que atualmente não pode ser usado devido a problemas nas telhas e em toda a estrutura.
A lagopratense Antônia Maria estava presente para representar a população lagopratense. Envolvida em projetos de restauração de outras instituições, como a Estação Futura, recordou as ocupações do museu, anos atrás.
“Acho que a reforma do museu é uma coisa muito importante, para Lagoa da Prata em primeiro lugar, em segundo lugar para os visitantes. Eu não sei nem porque ele chegou a esse ponto, porque na gestão de um prefeito anterior, aqui funcionava o ‘Cruminho’. As crianças depois que saíam da aula, vinham pra cá, ficavam aqui metade do dia e aqui tinha alimento, cursinho de costura, crochê, bordado para as meninas, tricô. Então elas ficavam aqui metade do dia: se estudavam na parte da tarde, ficavam de manhã; se estudavam de manhã, ficavam na parte da tarde. Era uma coisa muito bonita, fundamental mesmo para a educação das crianças. Agora a gente está lutando, a Estação eu lutei, hoje funciona lá a Secretaria de Cultura. O mesmo que eu fiz pra estação, estou tentando para o museu”, falou orgulhosa.
Cadu Escobar, do setor administrativo da Secretaria de Cultura e Turismo, relatou sobre a história do casarão e a importância de ressignificar esse espaço.
“Sou professor de história, então nada mais [importante] do que valorizar a história, né? A gente tá aqui no casarão, a gente fala museu mas deixou de ser museu há muito tempo. É o casarão do fundador da cidade, Carlos Bernardes. Esse é o marco histórico para a cidade, porque daqui se originou, deixou de ser São Carlos do Pântano. É um marco histórico, então a gente reformando esse lugar, a gente estaria reformando a essência histórica de Lagoa da Prata”, finalizou.
Reforma irá transformar o casarão em Centro Cultural
Ao Sou+Lagoa, o prefeito Di-Gianne também falou sobre a satisfação em executar a reforma e os empecilhos que haviam impedido, até então.
“Não vai ser no nosso mandato que nós vamos deixar o museu sem arrumar. Eu como professor de história tenho no mínimo a obrigação de restaurar a cultura patrimonial da cidade. A gente tem feito muitas coisas, a nossa Secretaria de Cultura tem se empenhado muito, e a questão do museu não estava dependendo só da gente. Tinha um problema jurídico, porque ela estava ligada a uma fundação antiga que tinha uma multa para pagar, e o poder judiciário não liberava, até vir a Dra. Sofia que nos liberou para a gente poder agir. Agora, o próximo passo é ir para a Câmara Municipal para aprovarem”, explicou.
Dois dos vereadores estavam presentes no comunicado, Toninho da Laje e Hermano, indicando a possibilidade de aprovação do projeto na Câmara.
A secretária de Cultura e Turismo, Laiana Modesto falou sobre o processo de liberação das pendências financeiras que impediam a reforma.
“Já tem mais de 20 anos que o município tinha passado o museu para a Fundação Futura, que é uma fundação que acabou tendo algumas dívidas, e aí por causa disso ela se envolveu em pendências judiciais, que fez com que a gente tivesse dificuldades de trazer [a posse do museu] de novo para o município, para poder fazer as melhorias necessárias”, disse.
Ações culturais como o ‘Viva Museu’, em parceria com o Sou+Lagoa e grupos culturais como o Coletivo Nexalgum e a Academia Lagopratense de Letras (Acadelp), tiveram a finalidade de arrecadar verba com a iniciativa privada e cooperativas, para quitar as dívidas da fundação.
“É uma reforma que vai poder transformar a casa do fundador da cidade em um Centro Cultural, onde vai abrigar diversos grupos culturais, exposições de artistas da nossa cidade, e mais um espaço de ocupação cultural para a gente e para todo o turismo da região. Vai ser um espaço muito legal, é uma obra de mais de R$1.600.000. A gente vai ocupar com bastante arte, bastante cultura, porque é o que a gente precisa”, finalizou a secretária.