(Foto: Ana Isa/Sou+Lagoa)
“Armazém do Zé Tem Tudo” completa 50 anos: “Essa visão da vendinha antiga, que salva o bairro, nós não queremos perder”
Quem é “lagopratense raiz” conhece ou ao menos já ouviu falar de um mercadinho [carinhosamente falando], chamado de “Armazém do Zé Tem Tudo”. O que poucos devem saber é que neste ano, em 28 de fevereiro, o estabelecimento completa 50 anos de trabalho e história em Lagoa da Prata.
Para a reportagem, o #soumaislagoa esteve no local e conversou com Magda Olher Batista, esposa de José Antônio Batista, o Toninho, que é filho de José Batista Filho, o fundador do armazém – atualmente, a direção do mercado é por conta de Magda e o Toninho.
O senhor Zé Batista [fundador do mercado], era de Perdigão e veio trabalhar na usina. Depois, começou a trabalhar como sapateiro; logo após, chamou o ‘sô Mario’, seu irmão, para ajudá-lo, e assim, faziam os sapatos e entregavam as botinas encomendadas para os trabalhadores da usina. Mas com um conselho de amigo, que recebeu de Dr. Ciro, abriu o comércio, que abria às 5h da manhã, para os trabalhadores que trabalhavam no alambique da Lobatinha.
Cinco décadas de “Zé Tem Tudo”
Segundo Magda, antes do armazém ter o nome que tem hoje, ele era chamado de “Miritone”, até que pegou o apelido de “Zé Tem Tudo”.
“Quando começou, já vendia de tudo, ‘miudezas’ que ele [Zé Batista] via nos Bahia [que possuíam um comércio e eram fornecedores], ele colocava aqui, por isso pegou o apelido de “Zé Tem Tudo”. Hoje, tentamos que seja da mesma forma, porém, é mais complicado. Há 50 anos, não existia o tanto de coisa que tem hoje”, falou Toninho, filho de Zé Batista, ao #soumaislagoa.
Ela ainda falou que atualmente, o “forte” do armazém são as ferramentas, itens para emergências de casa. “Não temos foco em alimentação, antigamente tinha cereais para vender na cuia, banana da dúzia; isso nós tiramos porque a procura não é essa”.
Por fim, Magda falou sobre o sentimento de fazer parte da história do mercado que entrou para história de Lagoa da Prata.
“O que nosso coração deseja é manter uma coisa que foi criada com tanta vontade, por parte do Sr. Zé Batista e Dona Neném [esposa], a gente quer manter essa tradição, não queremos perder ela. É uma alegria para nós ver que o que temos hoje, é fruto dessa intenção que deu certo [de montar o mercado]. Somos frutos disso. Quando o pessoal fala do nosso nome, a ideia é achar ‘qualquer coisa’, embora aqui não tenha de tudo, mas as pessoas tem um pensamento de que podemos salvá-las a qualquer momento, essa visão da vendinha antiga, que salva o bairro, nós não queremos perder”, concluiu.
O “Armazém do Zé Tem Tudo” está localizado na Avenida Getúlio Vargas, 358, entre o Centro e Bairro Américo Silva.