Após reforma na pintura externa, antiga Estação Ferroviária é alvo de pichações

(Foto: Secretaria de Cultura e Turismo)

Após reforma na pintura externa, antiga Estação Ferroviária é alvo de pichações

A antiga Estação Ferroviária de Lagoa da Prata, que passou recentemente por uma reforma na pintura externa recentemente, teve suas paredes pichadas no domingo (30) durante a noite. A nova pintura havia sido finalizada na sexta-feira (28) pela Secretaria de Obras. Os autores ainda não foram identificados pela Guarda Municipal.

Segundo a Assessoria de Comunicação da Guarda Civil Municipal (Ascom-GCM), no dia 31 de janeiro, foi realizada uma denúncia anônima de outro caso de pichação. Foi informado que dois indivíduos realizavam pichações em muros de residências. Os dois foram localizados e detidos, confirmando a autoria da pichação em uma residência na Rua Rio de Janeiro.

No entanto, segundo a Guarda, os autores das pichações feitas na estação ainda não foram identificados, e será de responsabilidade da Polícia Judiciária identificar os autores do crime.

“A GCM esclarece que tem reforçado o patrulhamento preventivo por toda a cidade visando prevenir todos os tipos de crime, inclusive pichação, e reforça a importância de se fortalecer e investir na arte e cultura, sobretudo na cultura do grafite, e ainda solicita a toda população que ajude a conservar os espaços públicos, e denunciando as práticas criminosas.” segundo a Ascom-GCM, por meio de nota.

Vandalismo e pichação: as diferenças na forma de se expressar

É comum que existam dúvidas em relação aos conceitos de pichação, grafite, vandalismo, e como usá-los em cada situação. Segundo Riso, grafiteiro de Lagoa da Prata, tudo tem a ver com expressão.

O ato da pichação é uma forma da pessoa se expressar, desde os primórdios os homens das cavernas já se expressavam nas paredes, o que acontecia no dia a dia através do desenho, da pintura rupestre. Hoje não é diferente, a galera que picha, faz grafite, é sempre um modo de expressão. A diferença de um pro outro é quase nenhuma, o grafite esteticamente falando é mais complexo, envolve técnicas, perspectiva… já o picho não, o picho é uma forma de expressão mais solta em forma de letra, e não tem diferença não. Um ato desse aí, igual o pessoal pichou na estação, fizeram uns rabiscos sem a autorização de alguém responsável”, comentou o artista.

(Foto: Silas Candido/Arquivo pessoal)

Ainda destacando a questão da autorização, ele reforça que seria um ato ilegal, independente da estética.

Mesmo que eu faça uma arte bonita ali, representando alguém, um rosto bonito, sem a autorização, vou estar cometendo a mesma infração. Então, o que difere é a questão de ser autorizado ou não. O picho é uma maneira de se expressar…eu vejo um ato desse ai, igual aconteceu, é o ato de querer se expressar, então eu vejo que às vezes tem até uma parcela de culpa do poder público (…) porque a gente vem trabalhando com projetos e apresentando projetos, só que nunca são aprovados. [Eles são criados] é com o intuito disso aí, não de inibir, mas o intuito é educar e passar a visão pra galera [de] como é que faz, entendeu? Se quer se expressar, se quer colocar seu nome ali de uma forma que seja legal, que a galera não venha repreender, só vir elogiar, tem quem faça, tem quem ensine”, concluiu Riso.

Ana Isa