“A poesia nasce dos encontros que a gente vai tendo pela vida”, diz lagopratense sobre coletânea de poemas lançada

(Foto: Gabriel Barbosa)

“A poesia nasce dos encontros que a gente vai tendo pela vida”, diz lagopratense sobre coletânea de poemas lançada

A cultura de Lagoa da Prata se torna cada dia mais rica, graças a artistas como o psicólogo, músico e poeta Helder Clério. Em agosto, o lagopratense lança sua obra literária solo, “Diamantes & Dinamites”. 

Para adquirir o livro, basta entrar em contato com a editora através das redes sociais do Selo Starling; ou falar com o próprio autor, através do telefone (37) 98819-3790 ou das redes sociais: Instagram e Facebook.

O Sou+Lagoa conversou com o autor sobre suas inspirações e o processo de produção. Helder conta que os poemas presentes no livro vêm sendo escritos desde 2015, em momentos esporádicos da mais diversa inspiração. Segundo ele, “é um livro que teve um longo tempo de gestação e amadurecimento”.

“No fim do ano passado fiquei sabendo que o Selo Starling, uma editora muito bacana lá de Belo Horizonte, estava selecionando autores para uma coleção chamada ‘Flores do Caos’, uma homenagem aos 200 anos de nascimento do poeta Charles Baudelaire. Daí enviei meu livro pra eles, eles gostaram, acharam que eu me encaixava na proposta da coleção e decidiram lançar”, conta o autor.

Nesse processo de amadurecimento e construção da obra, as inspirações vêm dos mais diversos lugares, e das experiências mais cotidianas.

“As inspirações para escrever, são várias: as viagens, o amor, as amizades, as tristezas, as saudades, as paisagens urbanas e naturais… A poesia nasce dos encontros que a gente vai tendo pela vida, seja um encontro com outra pessoa, com um lugar, com uma música, um filme. Daí naturalmente brota alguma imagem na mente, alguma combinação de palavras, alguma rima, e a gente vai ajeitando as palavras até aquilo virar um poema”, declarou.

O título brinca com a sonoridade mas carrega um significado relacionado às vivências do autor e as palavras propriamente ditas.

“O título faz referência a uma série de poemas que escrevi durante uma viagem que fiz de Diamantina a Ouro Preto há alguns anos, num trecho da Estrada Real que se chama Caminho dos Diamantes. Eu sou apaixonado pela Estrada Real, pela história de Minas, pelas cidades históricas e queria trazer essas coisas pro livro. E também tem uma coisa de combinar a beleza, o brilho dos diamantes e a força explosiva das dinamites, que é uma coisa que eu tento fazer nos meus poemas”, explica o autor.

Ele ainda fala sobre a estrutura das poesias em si, e a necessidade de construir poemas para além das rimas e palavras bonitas: com naturalidade e força, assim como os diamantes.

“A noção de poesia que a maioria das pessoas têm, que é geralmente aquela poesia que se lê na escola, é uma poesia muito pomposa, muito adocicada, com palavras difíceis e que ninguém usa. É uma linguagem meio morta. E a minha tentativa é de escrever um outro tipo de poesia, com uma linguagem mais viva, mais natural. Penso que o título tem a ver com isso também”.

 

Poesia individual

Hélder fez parte do grupo de autores que integraram a obra “Delírios Periféricos de um Oeste”, e conta que escrever entre amigos é uma boa experiência, mas escrever sozinho é tão satisfatório quanto. 

“Publicar em conjunto com outros autores é muito legal, ainda mais quando são amigos e poetas com os quais a gente tem afinidade pessoal e artística, como foi o caso do “Delírios Periféricos de um Oeste”. Ler um livro com vozes diferentes é interessante, é uma coisa rica. Agora, publicar um livro solo, como o “Diamantes & Dinamites” dá uma satisfação muito grande, porque é um espaço em que a gente pode colocar todas nossas ideias, tudo o que a gente quer expressar”, contou.

coletânea de poemas
(Foto: Divulgação)

Helder conta que integrou aos seus poemas citações e passagens de autores que fizeram parte da trajetória de construção do livro, complementando a experiência da leitura.

“Há poemas de amor, poemas eróticos, poemas viajantes, devaneios, alguns poemas que vieram em sonhos, poemas que escrevi para amigos, pro meu filho, pro meu pai, etc. Há também alguns poemas em que uso pequenas citações de autores que gosto, portanto é também um roteiro de leituras, que enriquece muito a leitura, penso eu. Então os leitores deste meu livro poderão testemunhar um relato poético natural e singelo de coisas que vi e vivi nesses últimos anos. Penso que não há separação entre vida e arte, e minha poesia é uma tentativa de afirmar isso”, explica ele.

Durante os meses de agosto e setembro, estão previstas pequenas ações para divulgar o lançamento, como lives, saraus, participação em feiras literárias de Lagoa da Prata e região.

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Ana Isa