20 de novembro,data que representa o dia da Consciência Negra, já que Zumbi dos Palmares, o último líder do quilombo, morreu nesta data.(Foto: O Estado)
Conheça histórias de personalidades que venceram racismo e marcaram época em Lagoa da Prata
Nesta terça-feira (20) dia da Consciência Negra, é importante lembrar e ter consciência de que todos os seres humanos merecem direitos igualitários, tratamento digno e respeito e a partir disso, para representar e frisar a importância de grandes personalidades que trabalharam para o desenvolvimento, educação e cultura de Lagoa da Prata, mesmo passando por cima do racismo e preconceito, nós separamos a história de Ana Francisca de Jesus, Raimunda dos Santos e Renato Ferreira, confira!
Ana Francisca de Jesus, era conhecida na antiga Vila Luciânia como Dona Sinhana, nasceu em uma fazenda na cidade de Itaguara/MG, mudou-se para Usina no ano de 1957. Filha de escravos libertos, foi uma mulher contribui muito para o pessoal que morava na antiga vila. Dona Sinhana realizou muitos partos, pois na época os partos eram realizados em casa, era bezendeira e costureira.
Após mudar-se para o perímetro urbano de Lagoa da Prata, Ana Francisca veio a falecer em 1985. As memórias que os conterrâneos guardam dessa grande mulher nunca poderão ser esquecidas; uma guerreira, trabalhadora, que através de suas mãos, muitos vieram ao mundo.
Raimunda Santos, nascida em Betim, veio para Lagoa da Prata em 1966 com sua família. Professora aposentada, Raimunda foi a terceira mulher a se graduar em pedagogia na cidade, e foi a primeira mulher negra a se tornar professora em Lagoa.
Com mais de 30 anos na carreira educativa, após se aposentar, Raimunda foi vice coordenadora do Sindicato de Educação de Lagoa da Prata. Ativista, a professora luta contra o preconceito.
“Infelizmente eu já sofri muitas vezes descriminação por causa da minha cor e também pela minha situação financeira. Mas o combate ao racismo é uma questão de consciência! Consciência de brancos e negros. O racismo não podem existir, e nem tem razão para tal, somos todos seres humanos”, declara Raimunda.
Professor de música, dono de um talento nato, Renato Ferreira é um guerreiro, aprendeu tocar violão aos 10 anos de idade, e sozinho, sem fazer qualquer curso. Ligando a paixão pela música à profissão, mesmo com sua deficiência que o impede de andar, o professor tem muita força de vontade, assim, leciona dez cursos, além de percussão vocal e violão em Lagoa da Prata e no distrito de Capoeirão. Além das aulas, Renato também toca em bares da cidade, levando consigo toda uma bagagem cultural através de sua música.