Psicóloga de Lagoa da Prata explica os tipos de violência contra a mulher e orienta sobre os primeiros sinais

(Foto: Banco de Imagens Canva)

Psicóloga de Lagoa da Prata explica os tipos de violência contra a mulher e orienta sobre os primeiros sinais

Em agosto, mês em que há a importante campanha “Agosto Lilás”, voltada ao enfrentamento da violência contra as mulheres, casos acenderam alerta em Lagoa da Prata

Para orientar sobre os tipos de violência e os primeiros sinais, o Sou+Lagoa conversou com a psicóloga lagopratense, Gabriela Silva

Conforme a psicóloga, há vários tipos de violência, sendo estes: verbal, onde ocorrem gritos, palavras que desonram a imagem; violência psicológica, como ameaças físicas e verbais; violência sexual, onde constituem qualquer tentativa ou ato em si sem o consentimento da mulher; e a violência patrimonial, onde se usa da força física para a destruição ou retenção de bens materiais.

“O primeiro fator a ser identificado, é a observação dos primeiros comportamentos, a forma como o outro se comporta diante de determinadas situações, a forma como trata diante das discussões. Se há ameaça durante algum comportamento diferente da mulher, se quando é irritado, agride verbalmente com palavras e ações, colocando adjetivos pejorativos na companheira, diminuindo a inteligência e a conduta, a forma de agir”, disse Gabriela. 

Ela ainda explicou que a partir disso, a mulher passa a sentir necessidade em se desculpar diante de qualquer situação, com frequência, temendo situações em que o agressor fique mais estressado, culpando-se pela violência vivenciada. “Estes são pontos importantes e que se destacam na violência doméstica, quando está sendo vivida, mas não está sendo reconhecida”, falou. 

Gabriela ressaltou que aos primeiros sinais de violência física ou psicológica, o primeiro passo é a separação de corpos, havendo afastamento, a vítima deve recorrer às medidas cabíveis por lei, que dão respaldo necessário à mulher [Lei Maria da Penha]. 

“Assim, solicitando a medida protetiva contra o autor, nunca deixando de realizar o boletim de ocorrência. Procure tratamento psicológico para que consiga tratar os fatores e traumas gerados diante da violência vivida”, falou. 

Amparo às mulheres lagopratenses

O Sou+ também ouviu a secretária de Assistência Social, Amanda Talita, que falou sobre como a Secretaria pode atuar em casos de violência contra a mulher no município. 

Segundo Amanda, a Secretaria de Assistência Social executa, através do Centro de Referência de Assistência Social (Creas), um serviço especializado no atendimento às mulheres vítimas de todas as formas de violência, bem como para seus familiares.

“Trata-se de espaço de escuta, orientação e acompanhamento técnico. O Creas está localizado na Rua Alagoas e possui equipe técnica composta por psicóloga e assistente social. Os casos são encaminhados ao Creas pela rede da assistência social e principalmente, pelo sistema de justiça e segurança pública. A equipe oferece ainda orientação aos direitos e mecanismos de proteção e promoção”, falou a secretária. 

Amanda ainda pontuou que “infelizmente, percebemos que os casos são subnotificados. O que nos preocupa muito”, declarou. 

O combate à violência contra a mulher também é assunto para o Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres (CMDM). Neste mês, de acordo com a presidente do conselho, Lécia Paiva, ações em alusão ao “Agosto Lilás” foram desenvolvidas. 

“Estamos realizando rodas de conversa em escolas, serviços públicos, empresas e entidades não governamentais. Também faremos entrevistas sobre o tema violência doméstica nas rádios locais, levando informação e esclarecimento ao público sobre as diferentes formas de violência, canais de denúncia, etc. E, além disso, nosso Instagram, @cmdm.lagoadaprata, lança publicações diárias, vídeos informativos e toda a cobertura das nossas ações durante este mês”, falou Lécia. 

Mas além do agosto, a presidente destacou que o CMDM está aberto para realizar ações preventivas ao longo de todo ano. “Temos uma programação mais intensa neste mês por tratar-se de mês de campanha instituído por lei federal, mas sempre que necessário estarmos atentos às demandas e prontos a atendê-las”. 

Para denúncias de casos de violência contra a mulher, Lécia informou que o CMDM não está habilitado a receber e que essas devem ser feitas nos órgãos competentes. 

“Nós poderemos acolher e orientar às vítimas, realizar encaminhamentos aos serviços de atendimento e acompanhar até que a situação seja resolvida”, finalizou. 

Em casos de violência contra a mulher, Lécia orientou que denúncias devem ser feitas por meio da Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Civil Municipal, Promotoria de Justiça, Defensoria Pública e através dos canais de denúncias anônimos como disque 100 e 180. 

Não se cale! 

Bárbara Félix

http://soumaislagoa.com.br

Editora-chefe no Sou+Lagoa.