(Foto: Raquel de Alencar Andrade/Arquivo Pessoal)
Psicóloga de Lagoa da Prata dá dicas de como tornar a volta às aulas mais fácil para as crianças
A volta às aulas pode ser um momento complicado para muitos pais, e principalmente para os filhos. Muitas crianças não gostam de ir à escola e este momento tão importante passa a ser um conflito.
Ao Sou+Lagoa, a psicóloga Raquel Alencar de Andrade, de Lagoa da Prata, deu dicas de como transformar um momento aflitivo em uma parte natural da rotina das crianças.
Segundo ela, o principal conflito é a mudança de rotina e a necessidade de cumprir um calendário que não é mais composto, em grande parte, por brincadeiras e pela presença dos pais por mais tempo.
“O período de férias costuma ser intenso, de afeto, brincadeiras, atenção e cumplicidade entre a família. É bem diferente da nova rotina proposta pela escola. A criança teme o afastamento e a perda da mãe que é presente, brinca, viaja e está sempre ali para suas necessidades. A criança associa o brincar a sentir-se amado. Perder isso pode trazer angústia, dor, desamparo e medo. Aos poucos a rotina da casa vai se reorganizando em diversas atividades e horários de cada membro. Em alguns momentos a semana vira um cumprir o calendário, isso não é tão leve e divertido para a criança, porém necessário e saudável”, explicou.
Para as crianças que vão pela primeira vez, o processo pode ser ainda mais complicado, pelo total desconhecimento da situação.
“Elas são muito pequenas, os lugares diferentes, muito grandes e imprevisíveis. Vão ser entregues a pessoas estranhas, com som de vozes diferentes daquelas que eram do seu convívio em sua família. Toda criança em algum momento sente medo do abandono e do desamparo materno. É natural viverem essas angústias”, disse a psicóloga.
Para tornar o processo mais simples, é fundamental relacionar experiências positivas e aprendizado. Além disso, mostrar à criança que você estará presente caso seja chamado.
“É muito importante falar sobre o local, mostrar para a criança, falar tudo que pode acontecer e quais experiências de brincar, relacionar e aprender ela vai ter. Além disso, é preciso também que os pais estejam presentes, num primeiro momento, nos primeiros dias, até a criança mostrar confiança. Eles precisam saber que você confia e conhece aquelas pessoas com quem ele passará algumas horas. Como mãe você precisa sentir segurança e desejar que ele aproveite bem aquele lugar. Caso ele precise e peça para te ligar, esteja pronta para chegar imediatamente”, finalizou Raquel.