Guarda Civil de Lagoa da Prata passa a ser comandada por uma mulher

(Foto: Graciela Amaral/Arquivo pessoal)

Guarda Civil de Lagoa da Prata passa a ser comandada por uma mulher

A mulher vem ganhando espaço em ambientes antes predominantemente masculinos. Nunca a famosa frase “lugar de mulher é aonde ela quiser” começou a fazer tanto sentido na prática. 

Em Lagoa da Prata não foi diferente, onde a Guarda Civil Municipal de Lagoa da Prata (GCM) passou a ser comandada por uma mulher, o que pode se dizer que é um fato histórico na cidade.

Graciela Amaral tem 34 anos, é, segundo ela, dona de casa,  mãe de dois filhos, graduada em Direito, Pós graduada em Direito Penal, Pós graduanda em Planejamento e Gestão de Projetos de Prevenção à Violência Contra a Mulher e conselheira municipal do Conselho da Mulher de Lagoa da Prata. 

O Jornal Cidade e o Sou Mais Lagoa conversaram com Graciela, que falou um pouco sobre a sua rotina e o trabalho que tem desenvolvido frente à Guarda. “Me considero uma mulher forte, corajosa, que ri, que chora, que também engole o choro de vez em quando, que aceita os desafios da vida com gratidão, que tem medos e inseguranças, que levanta a cabeça e segue em frente acreditando sempre que Deus tem um propósito lindo para nossas vidas. Um sentimento de conquista. Uma quebra de paradigmas e preconceitos que ainda existe em nossa sociedade. Ser a primeira mulher comandante da Guarda Civil Municipal de Lagoa da Prata me faz olhar para trás e perceber que o caminho para conquistarmos nossos sonhos e objetivos pode até ser longo e muitas vezes dolorido, mas ao final, é lindo. Quero passar por aqui e deixar um  legado positivo e uma referência para outras mulheres de que tudo é possível para quem crê”, disse ela.

Graciela também falou sobre a representatividade feminina e como ela vem crescendo em diversos setores. “Hoje, na GCMLP somos quatro GCMs femininas, e por um período de mais ou menos 10 anos, apenas uma GCM feminina permaneceu no quadro dos GCMs de Lagoa da Prata. Ainda somos poucas. É muito importância da figura feminina na área da segurança Pública, que deixa de ser vista como “sexo frágil”, pois passa a realizar todas as atribuições que o policial masculino realiza. Além de a figura feminina possuir uma certa sensibilidade e características próprias para acolher mulheres vítimas de violência, por exemplo. Tenho em mim que elas se sentem mais acolhidas e seguras com a figura feminina por perto nestes casos”.

A comandante também falou sobre um dos trabalhos desempenhados pela equipe, que tem o objetivo de combater a violência contra a mulher. “A GCMLP conta com o projeto Guardiã Maria da Penha, que visa atender e acolher mulheres vítimas de violência doméstica com um grupamento especializado e preparado para que esta mulher não se submeta a uma nova violência, visa também o seu acompanhamento e sua inclusão em uma rede de apoio do município, para acompanhar seu estado psicológico, autoestima, empoderamento etc”.

Além disso, a Guarda conta também com o aplicativo botão do pânico “Anna” para socorrer mulheres vítimas de violência doméstica em situações de emergência. O aplicativo pode ser baixado nos celulares das mulheres que possuem medidas protetivas contra seus agressores. O sistema é gratuito. Com um clique a mulher/vítima consegue acionar a Guarda Civil , onde imediatamente soa um alarme, aparecendo na tela os dados do cadastro dela e do agressor, como nome, endereço, para assim ser enviado o socorro. 

A viatura vai até onde esta vítima estiver, já que o aplicativo conta com o sinal de GPS de seu aparelho celular”. 

Um dos objetivos da nova comandante é aumentar o efetivo e abrir ainda mais espaço para as mulheres. 

“Nosso objetivo é aumentar o efetivo da GCMLP para o próximo ano, podendo assim abrir mais vagas para mulheres que desejam ingressar na área de segurança pública do município”, finalizou. 

Bárbara Félix

http://soumaislagoa.com.br

Editora-chefe no Sou+Lagoa.