A redação do Sou+Lagoa conversou com a psicóloga que atua no Hospital São Carlos, Carol Cássia, que relatou a rotina cansativa neste ano. (Foto: Carol Cássia/Arquivo pessoal)
“Estamos vivendo o pior momento”, relata psicóloga que está na linha de frente contra a covid-19
“O ano de 2021 está sendo exaustivo! Em comparação com o ano passado, nem em nossos piores dias poderia imaginar que vivenciamos esse momento”, disse a psicóloga Carol Cássia que atua na linha de frente contra a covid-19 no Hospital São Carlos em Lagoa da Prata.
A redação do Sou+Lagoa conversou com a psicóloga hospitalar que relatou a rotina cansativa neste ano, onde Lagoa da Prata encara um cenário caótico com aumento de casos confirmados, óbitos e UTI e enfermaria lotadas. A entrevista foi realizada via WhatsApp.
De acordo com Carol, tem sido difícil e muito cansativo para todos os profissionais que atuam na linha de frente. “Estamos há um ano enfrentando a pandemia e hoje nós estamos vivendo o pior momento! Temos pacientes com quadros muito graves e não tem um profissional que não esteja exausto. Porém, estamos muito conscientes de que não podemos parar, precisamos continuar pois não vemos uma perspectiva de melhora a curto prazo”, declarou.
Além de atender os pacientes neste momento difícil, a psicóloga ainda contou que tem sido muito importante ouvir a angústia dos profissionais de saúde que estão lidando diretamente com o sofrimento.
“São muitas histórias tristes! Há muitos casos no hospital onde tem mais de um integrante da mesma família internado, muitos casos que viraram óbitos e a gente tem que manejar essa situação e decidir qual momento de dar a notícia, e isso gera cansaço emocional muito grande nos profissionais de saúde, podendo causar sintomas de ansiedade e estresse, e nesse momento tento sempre que possível escutar os colegas e orientá-los”, falou Carol.
Por fim, ela deixou um recado de conscientização para a população. “Vemos muitos dizerem que já estão cansados, que não aguentam mais, e realmente estamos todos exaustos e cansados, querendo o fim dessa situação para voltar às nossas rotinas de trabalho e lazer, mas se não houver uma conscientização individual, onde cada um faz a sua parte, não vamos conseguir sair disso tão cedo. Espero que as pessoas reflitam e não esperem passar por uma situação de ter que ser internado ou ver um familiar precisar de um leito para perceber que realmente precisamos levar a sério as medidas necessárias”, finalizou.
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