Bióloga lagopratense é uma das vencedoras do “Programa Para Mulheres na Ciência 2020”

Bióloga lagopratense é uma das vencedoras do “Programa Para Mulheres na Ciência 2020”

Reportagem: Bárbara Félix

Mulher lagopratense na ciência, sim! A bióloga Fernanda Farnese está entre as sete vencedoras da 15ª edição do Programa Para Mulheres na Ciência, promovido pela L’Oréal Brasil, em parceria com a Unesco no Brasil e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).

(Foto: Fernanda Farnese/Arquivo pessoal)

Na 15ª edição do programa, foram reconhecidos trabalhos de mulheres cientistas que estudam temas como os efeitos da pandemia da Covid-19, na saúde mental e métodos de preservação de plantações de soja.

A lagopratense Fernanda Farnese, bióloga do Instituto Federal Goiano foi premiada por desenvolver um método para preservar plantações da soja em períodos inesperados de seca. “Previsões apontam para uma redução de até 30% das chuvas no Brasil até o fim do século”, falou Fernanda, que ainda destacou que ao perceber os impactos dos veranicos sobre a soja, teve a ideia de aspergir um líquido com substâncias produtoras do gás sobre as folhas da planta. “O óxido nítrico altera o metabolismo da planta, intensificando mecanismos de defesa e, dessa forma, aumentando a tolerância à seca. Constatamos um crescimento de 60% na produtividade da soja”, contou.

Nesta sexta-feira (21), a redação do Sou+Lagoa conversou com Fernanda, que falou sobre a conquista no “Programa Para Mulheres na Ciência”. Segundo Fernanda, para concorrer, realizou a inscrição do projeto de pesquisa. “A primeira etapa para concorrer foi apenas a avalição dos projetos de pesquisa das participantes, depois avaliaram os currículo e trajetórias com pesquisas, avaliaram também quantas vezes nossos trabalhos foram citados em plataformas cientificas como Web of Science e Google Acadêmico”, disse Fernanda que ainda explicou que houve um júri, composto por cientistas de diferentes áreas para realizarem as avaliações.

A bióloga ainda destacou sobre o significado do prêmio para ela, afinal sendo uma mulher atuando na ciência, é algo diferente, pois de acordo com ela, trabalhar com pesquisa no Brasil é uma dificuldade muito grande. “Passamos por uma série de desafios relativos à recursos, a falta de reconhecimento e no caso de uma mulher, esses desafios se multiplicam. Ainda somos minorias entre os cargos de pesquisadoras, embora as mulheres já sejam a maioria dentro dos cursos de graduação, a medida que você sobe na carreira, o número de mulheres reduz, e algumas vezes somos subestimadas, eu por exemplo já ouvi dizerem que mulher não gosta de cargo de liderança, então receber esse prêmio tem um significado ainda maior e esse tipo de iniciativa de premiar mulheres na ciência é fundamental para trazer cada vez mais meninas para essa profissão que é fantástica”, declarou Fernanda.

(Foto: Fernanda Farnese/Arquivo pessoal)

Por fim, a bióloga lagopratense deixou uma mensagem para meninas que sonham em seguir na ciência e falou que o desejo de seguir na ciência surgiu em Lagoa da Prata. “Para jovens meninas se têm o interesse em ciência, não desistam! Confiem em vocês, porque lugar de mulher também é na ciência, é nos laboratórios. Meu desejo de fazer ciência, de trabalhar com pesquisa surgiu aí em Lagoa da Prata, na Escola Estadual Chico Rezende com a professora Konoe Furuya, de biologia e graças toda a paixão que ela tinha, a forma incrível como ela conseguia passar a matéria, eu me apaixonei por biologia, por ciência e naquele momento decidi seguir carreira e não me arrependo por nada, faria tudo novamente! Então, meninas se dediquem que vocês podem, vocês conseguem”, finalizou.

A redação do Sou+Lagoa parabeniza a lagopratense Fernanda Farnese pela conquista!

Redação