Queimadas em lotes são registradas em Lagoa da Prata

Período de seca e “limpeza” de lotes podem ser fatores de queimadas no município. (Foto: Alice Aranda)

Queimadas em lotes são registradas em Lagoa da Prata

Reportagem: Bárbara Félix

“Acho revoltante e triste! Além disso, é preocupante, pois estamos em época de seca, o tempo está abafado e ainda acontece isso”, disse a lagopratense Alice Aranda, que encaminhou para a redação do Sou+Lagoa, registros de queimadas em lotes em Lagoa da Prata, entre os dias 3 e 6 de julho.

Segundo Alice, viu o fogo em um terreno da cidade quando estava voltando para casa.  “Há alguns dias vi um moço que estava colocando fogo em uma área nas proximidades do brejo, na Rua Alexandre Mendes Maciel, no dia 3 de julho. Ele ficou olhando o fogo subir, mas uma pessoa que passava de carro parou e começou a jogar terra para tentar conter o fogo”, contou.

Alice também disse que havia de focos de incêndio na Rua José Bernardes Maciel e Rua Mario Mendes com a Rua Maranhão, no dia 6 de julho, onde de acordo com ela, o fogo estava muito alto e bem próximo do muro de uma casa.

Para saber sobre medidas para contenção de queimadas no município, a redação do procurou a Secretaria de Meio Ambiente; o secretário Lessandro Gabriel explicou que a Prefeitura Municipal tem feito várias ações para combater incêndios na cidade.

(Foto:Alice Aranda/Arquivo pessoal)

“Fizemos recentemente uma ação no Parque Ecológico Francisco de Assis Rezende e em alguns lotes próximos à garagem da Secretaria. Às vezes, temos apoio da Biosev para combater as queimadas no município, pois eles possuem caminhões bem equipados”, disse o secretário, que ainda alegou que o período de tempo seco influencia no aumento de queimadas, mas ele alerta que a maioria dos incêndios que ocorrem são criminosos. “Quando temos incêndios criminosos em lotes, tentamos buscar informações com os vizinhos, que podem ter visto alguém, mas infelizmente não conseguimos captar essas informações, nesse caso fica difícil pegar o infrator. Aliás, se a pessoa for pega colocando fogo de forma criminosa, pode haver punições”, informou Lessandro.

O secretário também alertou que além da fiscalização feita pela Secretaria de Meio Ambiente, a Policia Militar do Meio Ambiente e Biosev “ficam de olho”, mas que apenas esse monitoramento não é suficiente.

“Não temos condições de fiscalizar todas as áreas, então é preciso que a população tenha consciência. Às vezes estamos passando na rua, e tem alguém colocando fogo em folhas, logo pedimos para não colocarem, afinal estamos em um período de tempo seco, e são inúmeros focos de incêndio que temos combatido na cidade”, disse.

A redação também conversou com o ambientalista Saulo de Castro, que falou que em Lagoa da Prata, a população tem um péssimo hábito de colocar fogo em lixo e folhas secas na porta de casa ou juntar esses resíduos perto de lotes. “Esse lixo vai se acumulando perto de lotes vagos, e depois as pessoas vão e colocam fogo para fazer uma limpeza no terreno”, alegou.

O ambientalista ainda destacou que grande parte de incêndios ocorrem em bairros novos da cidade, como Bairro Paradiso e Bairro Palmeiras, por terem um grande número de lotes vagos.

“Há uma Lei Municipal que obriga os donos a manterem os lotes limpos, justamente para evitar essa questão de incêndios, e para promoverem as limpezas, essas pessoas gastam apenas um palito de fósforo. É importante lembrar que a Prefeitura é a maior detentora de lotes vagos dentro do município e a maioria estão sujos, com muito mato, propícios para incêndio a qualquer momento. Então cabe ao poder público dar o exemplo à população e fazer uma fiscalização mais efetiva, principalmente nestas áreas com maiores índices de queimadas”, declarou Saulo.

Queimar é crime ambiental

Lei 9605, de 1998 prevê prisão e multa aos responsáveis de incêndios. A fumaça é danosa à saúde, principalmente para crianças e idosos. Além de prejudicar a atmosfera, por danificar a camada de ozônio. Órgãos ambientais defendem que não há necessidade de queimar, pois há alternativas corretas e legais que podem ser utilizadas.

Queimadas podem ser denunciadas pelos números: 190 na Polícia Militar; (37) 3261-1933 da Delegacia de Polícia Civil; na Polícia Militar do Meio Ambiente através do número (37) 3261-1599; ainda podem denunciar na Secretaria de Meio Ambiente pelo telefone (37) 3261-4563 e na Guarda Civil Municipal pelo (37) 3261-4050.

Redação