Nycolas Miranda para o ensaio fotográfico. – Foto: Carlos Moura Photography
Lagopratenses negros são protagonistas de ensaio fotográfico “Black Lives Matter”
Pensando em uma maneira diferente de se expressar e se juntar para manifestar na luta dos negros para direitos iguais, Carlos Eduardo Moura, fotógrafo de Lagoa da Prata, convidou pessoas negras do município para serem protagonistas de um ensaio fotográfico.
Carlos reside em Londres atualmente, e o ensaio foi feito por chamada de vídeo na última sexta-feira (5). Segundo o fotógrafo à redação do Sou+Lagoa, quis produzir algo a respeito, e usando seu trabalho como influência, convidou pessoas negras de Lagoa da Prata.
“Convidei pessoas com quem já trabalhei ou me envolvi, pessoas que me inspiram quanto profissional quanto pessoal”, destacou Carlos que ainda pontuou que foram quatro modelos convidados, sendo Nycolas Miranda, Gilberto Junior, Mirlaine Silva e Juliana Marques.
Quanto à produção, Carlos contou que deixou nas mãos de Andressa Maria, mulher negra e que de acordo com Carlos, é uma das pessoas que o inspira, e que teve um papel muito importante para realização deste trabalho – Andressa foi quem tirou as fotos para Carlos durante a ligação por vídeo.
Ele ainda disse que o ensaio foi pensado às pressas, mas destacou que precisava se expressar diante do que tem ocorrido no mundo, como as manifestações pelas vidas negras.
“Quis me juntar a todos que sofrem e lutam por direitos iguais, contra o preconceito e racismo, então queria deixar uma mensagem baseada a todas as violências que aconteceram e que vem acontecendo. Não somente como o caso nos Estados Unidos, mas uma realidade muito próxima como no nosso país, onde muitas pessoas sofrem pelas mesmas questões. A ideia foi de deixar que as imagens falassem, de uma forma que retrata a realidade dos próprios modelos, e deixa-los se expressarem em relação a tudo isso, porque é algo muito importante”, declarou Carlos.
A redação também conversou com um dos modelos, Nycolas Miranda, que falou sobre sua atuação no ensaio. Conforme ele, a realização do trabalho foi de suma importância, e que durante todo o ensaio o fotógrafo Carlos Moura e a equipe o deixaram muito a vontade para que pudesse mostrar que é realmente ser negro.
“Muitas vezes nós somos calados, reprimidos e diminuídos pelo fato de sermos negros, e isso foi muito bem representado no trabalho. Em uma das fotos eu estava com as mãos fechadas, como forma de oração, porque o negro roga, pede e sonha pelo dia que terá mais igualdade e mais respeito. O movimento “Vidas Negras Importam” é necessário, e felizmente ele tem se expandido e que continue, porque vidas negras importam sim e o racismo precisa acabar”, finalizou o modelo.