Farmacêutica de Lagoa afirma que álcool em gel caseiro não é eficaz contra o coronavírus

(Foto: Marcello Casal Jr.)

Farmacêutica de Lagoa afirma que álcool em gel caseiro não é eficaz contra o coronavírus

Reportagem: Bárbara Félix

Com a disseminação da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, a recomendação é que a população fique em quarentena, lave bem as mãos e faça o uso do álcool em gel para prevenção. Com isso, o produto tem faltado em supermercados e principalmente nas farmácias, o que faz com que alguns busquem realizar receitas caseiras para produzirem álcool em gel.

Desta forma, vale ressaltar que as receitas caseiras não funcionam, como afirmou a farmacêutica de Lagoa da Prata, Fernanda Rezende. Segundo ela, o álcool em gel deve ser manipulado em um espaço isento da contaminação de micro-organismos e as substâncias gelificantes são encontradas apenas em distribuidoras de produtos químicos.

“O preparo do álcool deve ser realizado por profissionais capacitados, utilizando materiais livres de contaminação, matéria prima, água, para que a atividade antimicrobiana aconteça, diferente das receitas caseiras que a população tem feito, com gel ou gelatinas para cabelo, água filtrada ou não”, explicou a farmacêutica.

Fernanda ainda alegou que o álcool em gel caseiro pode causar danos a pele, como irritação e vermelhidão, e ela ainda completou destacando que “o álcool preparado em casa não possui a concentração, estabilidade química e o tempo de evaporação do ativo de acordo com a formulação, impactando na eficácia”, disse.

Por fim, Rezende salientou que o álcool caseiro, ao invés de ser antisséptico pode causar efeitos como inflações, queimaduras, alergias e infecções.

 

Venda de álcool em gel caseiro em Lagoa da Prata

Devido a grande demanda do produto, há quem se arrisque a produzir álcool em gel caseiro para se prevenir e também para a comercialização. Na tarde da última terça-feira (24), o lagopratenses Mauricio Júnior contou à redação do Sou+Lagoa que na segunda-feira (23), o pai, que tem 63 anos e se encaixa no grupo de risco, chegou em casa com uma garrafa de 2 litros cheia de álcool em gel caseiro – produto que comprou de um vendedor em Lagoa da Prata.

Conforme Mauricio, o pai não quis contar quem vendeu o produto e nem onde o comerciante estava fazendo as vendas.

“Ele comprou por R$ 35 reais, mas não quis me contar de quem. Veio em uma garrafa pet e tinha um cheiro muito forte de etanol, falei para ele não passar aquilo nas mãos. Muita gente vai comprar esse produto achando que ao passar o álcool em gel vai estar livre do vírus, mas no fim não vai estar, vão é agravar a situação”, finalizou.

Redação